O que você come pode afetar a eficiência das imunoterapias contra o câncer. Dietas ricas em fibras podem alterar os micróbios do intestino e tornarem essas terapias mais eficazes, mas, cuidado, tomar probióticos pode fazer o oposto.
Pesquisadores analisaram pessoas com câncer de pele (melanoma) que estavam recebendo um tipo de imunoterapia chamada bloqueio PD-1 ou inibição do ponto de checagem.
Aqueles que ingeriram uma dieta rica em fibras tiveram cinco vezes mais chances de interromper o crescimento (ou encolher) de tumores do que aqueles com dietas pobres em fibras, disseram pesquisadores em 27 de fevereiro em uma coletiva de imprensa realizada pela American Association for Cancer Research.
Dietas ricas em fibras parecem promover uma coleção mais diversificada de micróbios intestinais, que está associada a melhores resultados da terapia de bloqueio do PD-1, disse Dra. Christine Spencer, cientista do Parker Institute for Cancer Immunotherapy, em San Francisco.
Mas os suplementos probióticos – comprimidos ou suplementos alimentares que supostamente contêm bactérias úteis – reduziram a diversidade de micróbios no intestino dos pacientes com câncer.
Apenas cerca de 20 a 30% dos pacientes com câncer veem seus tumores pararem de crescer ou encolher com a imunoterapia com bloqueio PD-1.
Spencer e seus colegas já haviam determinado que as bactérias da família Ruminococcaceae parecem melhorar as respostas ao tratamento, mas os pesquisadores não sabiam por que algumas pessoas têm mais dessas bactérias úteis do que outras.
A dieta é uma maneira capaz de mudar o microbioma de uma pessoa, incluindo a diversidade de bactérias, fungos e outros micróbios que vivem no corpo e no intestino
Os pesquisadores apresentarão mais dados do estudo, inclusive sobre o efeito dos probióticos na terapia imunológica, em 2 de abril, em Atlanta, durante a reunião anual da associação de pesquisa do câncer.
O novo trabalho contribui para um número crescente de estudos recentes que sugerem que os probióticos podem não oferecer os benefícios de saúde esperados pelos médicos e pacientes.
Fonte: Science News
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