Comercializado como tônico cérebral, o remédio recebeu o nome de “Coca-Cola” graças ao seus dois ingredientes principais: cafeína, derivada de nozes de cola e cocaína. Agora um sabor Coca-Cola de maconha pode virar realidade.
Em maio de 1886, em Atlanta, na Geórgia, o farmacêutico John Pemberton vendeu as primeiras garrafas de uma nova bebida medicinal que inventara para tratar seu vício em morfina.
Infelizmente para Pemberton, sua bebida não teve o efeito desejado. Em dois anos, ele vendeu os direitos sobre sua fórmula para pagar pela morfina, e a empresa que os comprou rapidamente se curvou ao humor do público e reduziu os níveis de cocaína na bebida a um mero traço – finalmente tornando-a livre de cocaína em 1929.
Mas agora, depois de 130 anos como a face amigável da atual crise de obesidade, a maior empresa de bebidas do mundo pode estar de olho em um retorno às suas raízes. Mas agora com uma droga totalmente diferente.
“A Coca-Cola Co. está em ‘conversas sérias’ com a Aurora Cannabis Inc. para desenvolver bebidas infundidas com cannabis”, relata o BNN Bloomberg, do Canadá, citando “várias fontes familiarizadas com o assunto”.
Desde que o Canadá legalizou a cannabis para uso recreativo no início deste ano, empresas locais vêm correndo para se firmar no iminente mercado de comestíveis, desenvolvendo misturas em brownie, barras de proteína e até cerveja.
E, diante das vendas estagnadas, as corporações globais também estão analisando as oportunidades que essa indústria recém-legalizada pode oferecer. A Coca-Cola pretende seguir algumas empresas de bebidas alcoólicas e explorar o novo setor.
A Coca-Cola aparentemente também estaria trabalhando para utilizar os benefícios medicinais do canabidiol (CBD). CBD é um componente da cannabis que pode aliviar a dor e a inflamação, mas não tem efeito psicoativo.
“Eles estão bem adiantados nesse caminho”, informou a fonte do BNN Bloomberg. “Vai ser mais da categoria ‘bebida de recuperação'”.
A parceria da Coca-Cola com a Aurora Cannabis
Uma parceria entre a Coca-Cola e a produtora canadense, a Aurora Cannabis, seria uma grande notícia, pois tornaria a Coca-Cola a primeira grande fabricante de bebidas não-alcoólicas a entrar no mercado de cannabis.
As duas empresas permaneceram de boca fechada sobre as negociações, com um porta-voz da Aurora dizendo à BNN Bloomberg que “não discutem iniciativas de desenvolvimento de negócios até que estejam finalizadas” – embora tenham confirmado que pretendem entrar no mercado de bebidas infundidas.
De acordo com a BNN Bloomberg, a Aurora não é a primeira empresa de maconha que a Coca-Cola abordou para desenvolver uma estratégia de cannabis, e não há garantias de que essas conversas serão bem-sucedidas. Mas com o recente desejo da empresa de diversificar seu portfólio, analistas dizem que a entrada no setor de cannabis não surpreende.
“Juntamente com muitos outros na indústria de bebidas, estamos acompanhando de perto o crescimento da CBD não-psicoativa como ingrediente em bebidas funcionais de bem-estar ao redor do mundo”. Anunciou a Coca-Cola em uma declaração um pouco enigmática sobre o assunto.
“Essa área está evoluindo rapidamente. Nenhuma decisão foi tomada neste momento.”