Veja as sequelas que a febre Chikungunya deixa.

Chikungunya
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Pesquisadores em Pernambuco e na Bahia alertam que a febre chikungunya, que chegou no Brasil pelo Nordeste e se espalha pelo país, deixa um rastro de pacientes com dores crônicas por meses ou anos.

“Peguei chikungunya em setembro de 2014, quando a epidemia começou em Feira de Santana. Tive febre, dores no corpo e fiquei uma semana afastada com o mal estar. Na época, não fiz o exame sorológico. Me recuperei, mas continuei tendo inchaço no corpo, principalmente as pernas, com frequência. Fiz diversos exames com especialistas, porque não imaginei que fosse da chikungunya.

Em setembro de 2015, eu passei a sentir dores muito fortes. Já não conseguia escrever, não conseguia sentar, nem andar, nem ir ao banheiro. Parecia que meu corpo estava paralisado pela dor. Fiquei internada por dois dias e a sorologia identificou o vírus.

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Conceição Carneiro: ‘Já não conseguia escrever, não conseguia sentar, nem andar, nem ir ao banheiro. Parecia que meu corpo estava paralizado pela dor’

Vida social

Desde então, eu não tenho mais vida social. Às vezes sento e não consigo me levantar. Tem dias em que não consigo ir ao trabalho. Não calço mais salto alto, não abaixo mais para pegar nada no chão. Acordo à noite sentindo dores, dormência nas mãos, câimbra nas pernas, não durmo bem.

Eu perdi todas as roupas porque ganhei cerca de 18 quilos. Não consigo fazer atividades físicas. Já tentei pilates, hidroginástica, caminhada, mas não aguento, porque os nervos estão inflamados. A medicação que tomo é forte e eu não vejo muito resultado. A médica me disse que tenho que tomar por tempo indeterminado, porque não sabemos quando ficarei bem.

Não consigo mais ir a festas porque não aguento ficar em pé nem sentada por muito tempo. Só a gente não poder se arrumar como quer já mexe com a autoestima. Não uso mais anéis, porque os dedos começam a inchar.

Antes eu morava sozinha e era independente, mas hoje moro com minha sobrinha porque não consigo fazer muita coisa. Não consigo pegar uma garrafa térmica para colocar o café na xícara. Minhas mãos não a sustentam.

Auxílio doença

Pedi auxílio-doença no INSS em outubro, com os relatórios das médicas. Mas foi no período em que os peritos estavam em greve. Então eu fiquei sem receber meu salário nem o auxílio durante três meses. Passei dificuldade financeira, foi minha família que me deu suporte. Em janeiro eu tive que voltar ao trabalho, mesmo sem condições.

A sensação que a gente tem é de ser um robô, uma múmia, o corcunda de Notre Dame. Por pouco não fiquei deprimida. Tomei antidepressivos por quatro meses porque as médicas perceberam alterações no meu humor.

Tem dias em que você acorda mais animada, mas aí vem aquela sensação de desgaste físico como se você tivesse corrido uma maratona. Não sou mais a mesma pessoa. Ando pelas ruas me segurando nas paredes.”

Entenda a chikungunya:

Ao contrário do que ocorre com a zika, ainda não há evidências de que o vírus da chikungunya seja transmitido da mãe para os bebês durante a gravidez, segundo o Ministério da Saúde. No entanto, a doença tem suas próprias peculiaridades.

Em seus primeiros dez dias, os sintomas costumam ser febres, fortes dores e inchaço nas articulações dos pés e das mãos. Em alguns casos, ocorrem também manchas vermelhas no corpo.

Mas mesmo com o fim da viremia – período em que o vírus circula no sangue – a dor e o inchaço causados pela doença podem retornar ou permanecer durante cerca de três meses. Em cerca de 40% dos casos, eles tornam-se crônicos e podem permanecer por anos.

“A intensidade do sofrimento dos pacientes para mim foi uma surpresa, mesmo que a literatura já falasse disso”, diz Carlos Brito, da UFPE.

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Casos crônicos

Em casos crônicos, os pacientes podem sofrer de insônia, dormência nos membros, câimbras e dificuldades de caminhar. A doença pode causar inflamação nos nervos ou iniciar doenças reumatoides, como a artrite.

Além disso, também pode desestabilizar doenças cardíacas, problemas renais e diabetes. Nos casos mais graves, pode causar a síndrome de Guillain-Barré e outros problemas neurológicos graves, do mesmo modo que a zika.

“Tenho pacientes que estão doentes há quase dois anos. E mais de metade deles têm um grau de depressão ou alteração de humor. Imagine conviver com uma dor intensa e prolongada que você não sabe quando vai acabar”, disse à BBC Brasil a infectologista Melissa Falcão, da Vigilância Epidemiológica de Feira de Santana.

A doença atinge adultos e idosos com mais força. Em crianças, as manifestações costumam ser mais leves.

Fonte: BBC

Depoimento de uma leitora do Notícia Alternativa:

“Me chamo Bárbara tenho 28 anos.

Em abril fiz uma viajem para o nordeste e após 10 dias do retorno comecei com dores articulares, após ir em vários médicos, foi constatado que eu poderia ter pego zyka ou dengue, os médicos estão mal preparados.

Enfim fiquei me tratando com uma infectologista que me prescreveu corticoide, que me deixou inchada, mas conseguia ter vida normal, porém me deixava extremamente agitada eu não conseguia me concentrar, então ela trocou a medicação para um remedio que poderia afetar minha visão, e mesmo com esse risco ele não me tirava as dores, que eram absurdas, eu não conseguia me mexer na cama, meu marido tinha que me auxiliar para tudo, eu estava me sentindo uma deficiente física, pois eu não subia escadas, não conseguia trabalhar, até quando eu ia almocar nos restaurantes eu não conseguia segurar o prato com uma mão e o copo com a outra, estava me sentindo no fundo do poço, nem meu filho de 4 anos eu consegui pegar no colo!!

Continua

Comecei a fazer drenagem linfática como alternativa, para eliminar o veneno do mosquito, e a Eli a moça da drenagem, comentou sobre o tratamento ortomolecular que ela fazia, então consultei com a Doutora Adriana El Haje, ela atende em Florianópolis e em Rio do Sul, ela me prescreveu umas medicações para manipular, e me passou uma dieta, disse que o Gluten inflama as articulações e como a chikungunya já faz isso, eu iria me prejuydicar mais ainda se continuasse comendo.

Minha vida mudou completamente, pois eu não comia frutas, ou verduras, então cortei totalmente o gluten, e a lactose, comecei com a dieta antes mesmo de pegar as medicações e em 3 dias de dieta, comecei a perceber a melhora, após comecar as medicaçõe, minha melhora foi de 100%

Hoje como frutas, almoço e janta como saladas e carne, frango, tomo os remedios nos horarios corretos, e voltei a fazer tudo que fazia antes.

Ainda sinto que a doença está no meu organismo, pq acordo rígida, com dor na planta dos pés e mãos um pouco travadas, mas não se compara as dores horríveis que eu sentia.

Fiz este relato, pq sei o quanto dói, e o quanto essa doença nos deixa impossibilitado, e com a descoberta deste tratamento eu voltei a ter vida normal, e indico para todos que infelizmente tem chikungunya para procurar na sua cidade, esta opcão.

Não sei se relatei muito ou se gostarias que eu relatasse mais. Minha Médica atende na clinica Athenne em floripa e Rio do Sul.

Espero que este relato possa ajudar mais pessoas.

Bárbara Vieira Marcelino.”

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