“Não, nós não encontramos ETs, mas nossa descoberta pode ajudar na busca da vida fora do nosso Sistema Solar.”
A descoberta anunciada pelo ESO (Observatório Europeu do Sul) não é aquela que buscamos há tanto tempo, mas mantém nossa esperança.
Sete exoplanetas foram descobertos orbitando uma estrela próxima, a cerca de 39 anos-luz de distância, de acordo com comunicado feito pela Nasa (Agência Espacial Norte-Americana) nesta quarta-feira (22). E as condições de alguns deles podem ser favoráveis para água em estado líquido.
A estrela anã que fica no centro desse sistema estelar, como se fosse o nosso Sol, é chamada de TRAPPIS-1, e é um pouco maior que Júpiter (o planeta é cerca de 12 vezes maior que a Terra).
Estimativas iniciais sugerem que os novos planetas têm massas semelhantes à da Terra e composições rochosas. Para você ter uma ideia, os maiores exoplanetas, o primeiro (por ordem de proximidade da estrela) e o sexto, são 10% maiores que a Terra. Já os menores, o terceiro e o sétimo (o mais distante da estrela), são 25% menores que nosso planeta.
As análises, publicadas na Nature, indicam que em ao menos seis deles as temperaturas na superfície devem variar entre 0ºC e 100ºC, mas não é possível confirmar que exista água em estado líquido. Ainda é preciso buscar por mais dados.
Temos mais detalhes?
As hipóteses mostram que talvez nos três mais próximos da TRAPPIS-1 seja muito quente para água ficar líquida e não evaporar. No mais distante, é possível que exista gelo. Mas três exoplanetas (o quarto, quinto e o sexto) podem ser o Santo Graal na busca de vida fora da Terra, por estarem em uma zona habitável com possíveis oceanos.
Cientistas vão continuar estudando o solo e também a atmosfera, para ver se é possível encontrar água e sinais de vida.
Durante a pesquisa, os astrônomos também descobriram características importantes e curiosas sobre os sete exoplanetas.
Por exemplo, os cientistas afirmam que se você puder ficar na superfície de um dos mundos e de olhos no céu, você verá os outros seis planetas maiores do que nós, terráqueos, vemos a Lua.
Os sete planetas são tão próximos que viagens interplanetárias seriam feitas em dias, e não em meses ou anos como acontece no nosso sistema.
Outra característica é que a iluminação dos planetas deve ser semelhante à que temos em Vênus, Terra ou Marte.
Além disso, é possível que alguns, se não todos os planetas, estejam sempre com a mesma face virada para a estrela, um fenômeno chamado de “tidal locking”, como acontece com a Lua em relação à Terra.
O planeta mais próximo da TRAPPIS-1 demora apenas um dia e meio para orbitar a estrela. Lembre que a Terra demora 365 dias para dar toda a volta no Sol.