Este morcego de duas cabeças foi encontrado sob uma mangueira nas florestas do município de Viana, no sudeste do Brasil. Veja mais fotos!
Desde a sua descoberta, em 2001, os gêmeos siameses masculinos foram colocados em uma solução de etanol 70 por cento para ajudar a preservar o seu tecido, à espera de uma investigação científica adequada.
Felizmente, pesquisadores da Universidade Estadual do Norte do Rio de Janeiro finalmente assumiram a honra de estudar este espécime verdadeiramente precioso depois de passar anos no Laboratório de Mastozoologia.
Os pesquisadores acreditam que os morcegos morreram pouco depois de nascer, pois sua placenta ainda estava unida ao seu corpo compartilhado. No entanto, no grande mundo ruim da mãe natureza, é provável que eles tenham sobrevivido por mais de alguns dias.
“Não temos informações, no entanto, se esse espécime estava vivo no momento em que foi coletado”, explicam os pesquisadores em um estudo recente publicado na revista Anatomia Histologia Embryologia.
Os pesquisadores fizeram imagens de raios-X (abaixo) dos morcegos para revelar que compartilham dois membros anteriores completos e dois membros traseiros completos.
No entanto, eles têm duas espinhas separadas que se ramificam para dentro de uma única região lombar (a parte inferior da coluna vertebral).
Para registro, eles só têm um único pênis. No entanto, imagens ultra-sônicas revelaram que eles têm dois corações separados de tamanho semelhante.
Os gêmeos fazem parte de um gênero de morcegos conhecidos como morcegos de frutos neotropicais (Artibeus), que consiste em 21 espécies de morcegos, todos nativos da América Central ou do Sul.
Este é apenas o terceiro par de siames já registrados, apesar de morcegos serem amplamente estudados tanto no laboratório quanto na natureza.
Em humanos
Nos humanos, os gêmeos siameses são comparativamente bem compreendidos e documentados.
As estatísticas variam de região para região, mas o fenômeno pode ser tão comum quanto um em 200 mil nos EUA e até um em 2.800 na Índia. Arqueólogos até encontraram registros de humanos unidos que remontam ao sexto milênio antes de cristo.
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