Cientistas descobrem como descongelar tecidos humanos sem danos

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Os pesquisadores desenvolveram uma técnica que lhes permitem descongelar rapidamente criopreservados sem danificar o tecido.

A criopreservação é a capacidade de preservar tecidos a temperaturas de nitrogênio líquido por longos períodos de tempo e trazê-los de volta sem danos, e é algo que os cientistas têm sonhado em conseguir com grandes amostras de tecido e órgãos durante décadas.

Não só para as aplicações de extensão de vida que lemos em romances de ficção científica, mas, mais exeqüível, porque a tecnologia poderia permitir que os hospitais armazenassem com segurança órgãos por longos períodos de tempo.

Neste momento, 22 pessoas morrem nos EUA em média, enquanto esperam por um transplante de órgãos. Um dos maiores desafios não é a escassez de órgãos – é que os órgãos não podem ficar “no gelo” mais do que algumas horas sem ser irrevogavelmente danificados.

Isso significa que mesmo quando há bastante órgãos que são doados, há ainda o problema logístico enorme em encontrar um receptor e transportar os órgãos a eles rapidamente.

Já se calcula que mais de 60% do coração e dos pulmões doados para transplante são desperdiçados todos os anos, porque não podem ser mantidos em gelo por mais de quatro horas e não podem chegar a um paciente que precisa deles a tempo.

O futuro é agora

Mas agora isso esta prestes a mudar, com a equipe de Minnesota anunciando o desenvolvimento de uma nova técnica que lhes permitiu rapidamente recuperar criogenicamente células humanas e de porco sem dano aos tecidos congelados.

“Esta é a primeira vez que alguém tem sido capaz de escalar até um sistema biológico maior e demonstrar reaquecimento bem sucedido, rápido e uniforme de centenas de graus Celsius por minuto de tecido preservado sem danificar o tecido”, disse Dr. Bischof.

Em vez de usar a convecção, a equipe usou nanopartículas para aquecer os tecidos ao mesmo ritmo de uma só vez, o que significa que os cristais de gelo não se formam, para que não sejam danificados.

Para isso, os pesquisadores misturaram nanopartículas de óxido de ferro revestidas com sílica em uma solução e geraram calor uniforme aplicando um campo magnético externo.

Em seguida, aqueceram várias amostras de tecido humano e de porco variando entre 1 e 50 mL, usando a nova técnica de nanowarming e o aquecimento lento tradicional sobre o gelo.

Cada vez, os tecidos aquecidos com nanopartículas não exibiram sinais de danos, ao contrário das amostras de controle.

Posteriormente, eles foram capazes de lavar com sucesso as nanopartículas da amostra após a descongelação.

A equipe também testou o aquecimento em um sistema de 80 mL – sem tecido desta vez – e mostrou que obteve as mesmas taxas de aquecimento críticas que nos tamanhos de amostra menores, sugerindo que a técnica é escalável.

“No futuro, acreditamos que nanowarming pode ser aplicado a tecidos e órgãos maiores até volumes de 1 litro e possivelmente além.”

Você pode ver um vídeo de tecido sendo descongelado em menos de um minuto abaixo:

Fonte: Science Alert

 

 

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