As maiores e mais mortíferas corredeiras do mundo também são um berço para a vida. Pesquisadores descobriram novas espécies nas corredeiras do Congo
De acordo com um novo estudo, o trecho final do rio Congo – que embala cinco vezes o fluxo de água do rio Mississipi em apenas 320 quilômetros – provavelmente deu à luz várias espécies de novos peixes, uma vez que se formou há 5 milhões de anos.
Isso é impressionante, porque embora os cientistas saibam há muito tempo que características geográficas como montanhas e rios podem isolar as populações animais – eventualmente dando origem a novas espécies – mas as corredeiras normalmente não são consideradas a culpada.
Para descobrir o quão diferente são os peixes das corredeiras do Congo e as águas próximas, biólogos evolucionistas capturaram cerca de 50 peixes que habitam a rocha do gênero Teleogramma. Eles então os examinaram quanto a diferenças morfológicas e sequenciaram cerca de 2% de seu DNA.
O que eles descobriram surpreendeu-os: assim como essas águas foram tão mortais para as pessoas – ninguém tinha executado com sucesso as corredeiras até 6 anos atrás – eles também podem ser mortais para os peixes que tentam navegar através delas.
![corredeiras do congo](https://noticiaalternativa.com.br/wp-content/uploads/2017/02/corredeiras-do-congo-300x161.jpg)
As correntes tumultuosas cortam grupos de peixe uns dos outros, eles evoluem independentemente e, eventualmente, se tornam novas espécies. No novo estudo, todas as espécies conhecidas e potencialmente novas foram separadas por corredeiras ou outras características hidrológicas, os cientistas relatam este mês em Ecologia Molecular.
Duas das espécies vivem apenas a 1,5 km de outra. Ao todo, os pesquisadores usaram diferenças de DNA para confirmar a existência de quatro espécies, incluindo uma nova nomeada pelo ex-presidente dos EUA, Barack Obama. Mas parece haver pelo menos outras duas espécies também, nadando nos redemoinhos.