As gigante turbinas eólicas que geram energia livre de combustível fóssil também adicionam um pouco de calor próprio ao planeta.
Se os Estados Unidos intalassem turbinas eólicas suficientes para atender a toda a demanda por eletricidade, as turbinas elevariam imediatamente as temperaturas do ar em 0,24 graus Celsius, em média.
Foi isso que relataram os cientistas na revista Joule. No curto prazo, isso não é uma quantia insignificante: as atuais emissões globais de gases de efeito estufa deverão aquecer os Estados Unidos em 0,24 graus Celsius até 2030.
Os físicos Lee Miller e David Keith, da Universidade de Harvard, postularam um mundo paralelo nos anos de 2012 a 2014: Nele, uma região eólica nos Estados Unidos gera 0,46 terawatts de energia elétrica – tanto quanto o país usa atualmente.
Com essas turbinas eólicas hipotéticas instaladas, as temperaturas do ar da superfície durante esses anos eram mais quentes do que a média nos Estados Unidos, particularmente perto do centro da região do parque eólico.
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As turbinas eólicas alteram a temperatura graças a mistura atmosférica dentro da camada limite, a camada da atmosfera logo acima da superfície da Terra. A agitação das turbinas aumenta a temperatura, especialmente à noite, puxando o ar mais quente da parte superior do nível limite para baixo, para o ar mais frio logo acima da superfície da terra.
E as turbinas podem redistribuir a umidade e o calor: um estudo recente na Science informou que os parques eólicos podem aumentar a precipitação e, portanto, a vegetação no Saara.
O impacto de aquecimento das turbinas na atmosfera é instantâneo, mas tem uma cauda longa: pode levar um século para reduções nas emissões de gases de efeito estufa para compensar essa quantidade de calor extra, segundo o estudo.
Ainda assim, o cenário do estudo é improvável: mesmo dentro de um mundo livre de combustível fóssil, a geração de energia provavelmente incluiria uma mistura de fontes de energia eólica, solar e geotérmica. E a eliminação de combustíveis fósseis reduziria as emissões de dióxido de carbono, conferindo, em última análise, benefícios de longo prazo ao planeta.