Transplante de medula óssea faz paciente ter 2 DNA’s diferentes – Entenda!

Quando Chris Long recebeu um transplante de medula óssea, ele sabia que o procedimento poderia ser a única opção de tratamento de sua leucemia mielóide aguda e síndrome mielodisplásica, duas condições raras que prejudicam a produção de células sanguíneas saudáveis.

Quatro anos após seu tratamento, uma análise de DNA mostrou que partes de Long agora contêm mais do que apenas células-tronco de seu doador, um alemão que vive a milhares de quilômetros de distância.

Swabs de seus lábios, bochechas e língua revelaram que o DNA de seu doador estava presente em níveis flutuantes ao longo dos anos, enquanto o DNA de seu doador havia substituído completamente o sêmen de C. Long.

As únicas regiões que não foram afetadas foram os pêlos do peito e da cabeça.

Transplantes de medula óssea

Os transplantes de medula óssea tratam cânceres e doenças do sangue, como leucemia, linfoma e anemia falciforme.

As células-tronco formadoras de sangue saudáveis ​​são inseridas na corrente sanguínea de um paciente a partir de um doador para substituir células sanguíneas doentes, de acordo com a Clínica Mayo.

Long se tornou uma espécie de quimera – alguém com dois conjuntos de DNA. O quimerismo em humanos é extremamente raro.

Existem menos de 100 casos documentados, incluindo um relatório de 1953 publicado no British Medical Journal, no qual uma mulher contém dois tipos de sangue devido às células de seu irmão gêmeo que vivem em seu corpo.

A condição também causou estragos nas famílias; um homem falhou em seu teste de paternidade porque uma parte de seu genoma pertence a seu irmão gêmeo e uma mulher de Washington foi forçada a lutar pela custódia de seu filho depois que sua composição genética não correspondia à de seus filhos.

Biologia forense

O teste de DNA tem sido considerado o padrão-ouro quando se trata de investigações criminais e tem sido amplamente infalível em tribunais.

Isso levanta a questão: essas descobertas poderiam mudar a maneira como os investigadores criminais confiam no DNA? Em setembro, essa mesma pergunta foi apresentada em uma conferência forense na Califórnia. Nela especialistas discutiram a possibilidade de um doador ou receptor de transplante com uma experiência semelhante a C. Long cometendo um crime, mas deixando para trás o DNA do outro.

Os investigadores criminais trabalham com a suposição de que o DNA deixado na cena do crime pertence ao agressor e à vítima, mas e se houver um terceiro envolvido, mas nunca presente? Isso já aconteceu antes.

O New York Times relata que, em 2004, os investigadores carregaram o perfil de DNA do sêmen encontrado na cena do crime e o associaram a um possível suspeito – que estava na prisão no momento do ataque. Como isso é possível? Ele havia recebido um transplante de medula óssea de seu irmão, que mais tarde foi condenado pelo crime, informou a New Scientist na época.

Long se ofereceu como cobaia para ajudar a responder todas as perguntas. O New York Times observa que três especialistas em transplante de medula óssea concordam que a questão merece mais investigação.

Fonte: NYT

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