Pesquisa inovadora poderia preparar caminho para que as células do sangue sejam geradas a partir da própria pele do paciente, acabando com a necessidade de doações.
Os cientistas usaram pela primeira vez células-tronco embrionárias – capazes de se transformarem em todo tipo de tecido no corpo – para fabricarem uma ampla gama de células sanguíneas humanas.
Usando ratos como fábricas de células vivas, eles produziram células-tronco do sangue capazes de se derivarem em quatro tipos de células sanguíneas.
Isso pode significar: sangue feito sob encomenda para os pacientes que perderam a capacidade de fazer o seu próprio devido à leucemia ou quimioterapia.
O cientista-chefe Dr. George Daley, do Hospital Infantil de Boston, disse: “Estamos tentadoramente perto de gerar células-tronco de sangue humano de boa qualidade em laboratório.
A pesquisa, relatada na revista Nature, oferece promessas enormes para o desenvolvimento de tratamentos personalizados para distúrbios do sangue, detecção de drogas e redução da escassez de sangue doado.
Desde que as células-tronco embrionárias humanas (ES) foram isoladas em 1998, os cientistas têm tentado com pouco sucesso usá-las para formar células-tronco hematopoiéticas formadoras de tecido sanguíneo (HSCs).
Em 2007, os cientistas produziram as primeiras células-tronco pluripotente (iPS) da pele humana por reprogramação genética.
Estes têm as mesmas propriedades que as células-tronco embrionárias e têm sido utilizados para gerar inúmeros tipos de tecidos, incluindo neurônios e células cardíacas.
A técnica
A equipe de Boston começou com as células ES e iPS e as expôs a sinais químicos, fazendo com que se transformassem em células do endotélio hemogênico, um tecido embrionário precoce que, eventualmente, dá origem a HSCs.
Os cientistas não foram capazes de produzir HSCs diretamente.
Em vez disso, após “ligar” a capacidade de formação de sangue do tecido com mais programação genética, eles transplantaram as células endoteliais hemogênicas em camundongos.
O desenvolvimento de células-troncos de sangue continuou naturalmente nos animais.
Semanas depois, verificou-se que um número de ratos estavam transportando células sanguíneas humanas na sua medula óssea e vasos sanguíneos.
Os cientistas estão interessados em produzir células sanguíneas derivadas de células iPS, que poderiam ser utilizadas em pacientes.