Cientistas filmam bactérias adquirindo resistência a antibiótico – Vídeo!

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O geneticista e microbiologista Dr. Christian Lesterlin, do CNRS-INSERM da Universidade de Lyon, na França, e seus colegas queriam saber mais sobre como as bactérias passam a resistência aos antibióticos umas às outras.

Os pesquisadores modificaram geneticamente a bactéria E. coli para produzir proteínas fluorescentes que permitiam à equipe assisti-las no microscópio em tempo real, enquanto as bactérias trocavam plasmídeos e produziam proteínas resistentes aos antibióticos.

As trocas acontecem rapidamente. Em três horas, cerca de 70% da E. coli sensível se tornou resistente ao antibiótico tetraciclina, descobriu a equipe de Lesterlin. Quando a tetraciclina foi adicionada às bactérias, cerca de um terço dos micróbios que ainda eram sensíveis também se tornou resistente à tetraciclina. “Isso foi muito, muito surpreendente”, diz Dr. Lesterlin.

As células resistentes (verde) passam o plasmídeo para células sensíveis (vermelhas). Depois que o plasmídeo é transferido (pontos amarelos), as bactérias sensíveis começam a produzir proteínas que tornam os micróbios resistentes ao antibiótico. As bactérias ficam cada vez mais verdes à medida que se tornam resistentes ao antibiótico.

Depois que as bactérias obtêm o DNA via plasmídeo, elas ainda precisam ativar os genes de resistência e produzir as proteínas que combatem os antibióticos – nesse caso, uma proteína chamada TetA que bombeia a tetraciclina para fora das bactérias.

A tetraciclina bloqueia a produção de proteínas; portanto, quando o medicamento está por perto, as bactérias que ainda não produziram TetA estarão quase mortas e não poderão tirar proveito dos genes de resistência recém-adquiridos, diz Lewis.

Mas a maioria das bactérias afetadas ainda estão vivas graças à bomba multirresistente de proteínas – pelo menos o suficiente para às vezes ser capaz de produzir algumas proteínas TetA, que exportam todos os antibióticos e eventualmente devolvem os micróbios à vida plena, descobriram os pesquisadores.

A bomba multidrogas também ajudou as bactérias a permanecerem vivas por tempo suficiente para desenvolver resistência a outros antibióticos.

Desativar ou remover essa bomba impedia as bactérias de desenvolver resistência. Drogas que desativam a proteína da bomba podem ser capazes de impedir a disseminação da resistência a antibióticos através dos plasmídeos. Mas esses medicamentos ainda não são seguros para uso em pessoas, diz Lesterlin.

“Não há boas notícias para o bem-estar humano” no estudo, diz ele. Ainda assim, “é melhor conhecer seu inimigo e que tipo de arma ele possui”.

Fonte: Science News

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