Sabe-se que quase 4.000 variações comuns no DNA afetam a altura. Cada uma delas influencia a estatura em um milímetro para baixo ou para cima. Mas uma variante genética encontrada em quase 5% dos peruanos reduz a altura em 2,2 centímetros, em média.
Esse é o maior efeito sobre a estatura registrado até o momento para uma versão comum de um gene. Algumas variações raras no DNA têm efeitos muito maiores na altura, mas tendem a ser encontradas em menos de 1% das pessoas.
As pessoas que carregam duas cópias da variante do gene – uma herdada de cada pai – são, em média, cerca de 4,4 centímetros mais baixas que a altura média das pessoas que não carregam a variante.
A pesquisa foi publicada no dia 13 de maio na revista Nature.
A descoberta explica parcialmente porque o povo peruano está entre os mais baixos do mundo. Os homens medem 165,3 centímetros de altura e as mulheres 152,9 cm de altura em média.
A variante está localizada no gene conhecido como fibrilina 1, ou FBN1, que produz uma proteína envolvida na formação de ossos, tecidos conjuntivos, pele e outros tecidos.
Algumas variações raras de FBN1 levam à síndrome de Marfan, um distúrbio que leva as pessoas a serem altas, magras e propensas a rupturas de coração e vasos sanguíneos e outros problemas de saúde.
“Mas aqueles 5% dos peruanos que carregam [essa variante comum] não estão doentes por nenhuma definição patológica”, diz a geneticista estatística Dra. Samira Asgari, do Hospital Brigham and Women e da Harvard Medical School, em Boston.
Asgari e colegas encontraram evidências de que a seleção natural favoreceu a variante de baixa estatura, embora não seja claro exatamente qual é a vantagem evolutiva que ela oferece aos peruanos que a transportam.