Metade do cérebro pode fazer o trabalho de um inteiro. Essa afirmação pode parecer sem sentido, mas confira essa reportagem e entenda.
Um estudo detalhado de seis adultos que, quando crianças, tiveram metade do cérebro removida para tratar epilepsia grave, mostra como o cérebro pode se reorganizar e se recuperar.
Por mais extrema que seja a cirurgia, muitas dessas pessoas mantêm ou recuperam habilidades de linguagem e pensamento. Em um novo estudo, pesquisadores da Caltech e seus colegas descobriram uma maneira de compensar o cérebro.
Enquanto os seis participantes descansavam em um scanner de ressonância magnética, os pesquisadores mediram o fluxo sanguíneo em sete regiões do cérebro que lidam com tarefas como visão, atenção e movimento.
No experimento, o fluxo sanguíneo serviu como proxy para a atividade cerebral. Quando a atividade em uma parte do cérebro muda de acordo com a atividade em outra, isso implica que as regiões estão trabalhando juntas e compartilhando informações. Estes são sinais de fortes conexões, que são consideradas cruciais para um cérebro saudável.
Nas seis pessoas que tiveram hemisferectomias, esses sete sistemas cerebrais pareciam estar funcionando normalmente.
De fato, as conexões entre esses sete sistemas eram ainda mais fortes do que essas conexões em seis pessoas com cérebros inteiros. A pesquisa foi publicada hoje na revista Cell Reports.
Essas conexões mais fortes que o normal podem ajudar a explicar como esses cérebros pós-cirurgia compensam as peças ausentes, suspeitam os pesquisadores.
Compreender mais sobre como o cérebro se reorganiza após uma grande mudança pode levar a novas abordagens para acelerar a recuperação das pessoas por lesões cerebrais comuns.