Poucos lugares na Terra ganham do Mediterrâneo como um destino de férias de verão. Mas isso pode mudar completamente dentro de poucas décadas.
Em 2100, Lisboa, provavelmente, estará no meio de um deserto costeiro muito quente se não mitigarmos a mudança climática.
As projeções são do Dr. Joel Guiot do Instituto Francês de Investigação para o Desenvolvimento e também do Wolfgang Crame do Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica. Eles usaram modelos climáticos que podem reconstruir com precisão de 10.000 anos de mudanças nos ecossistemas.
O estudo foi publicado na revista Science.
Ele mostrou que podemos manter o clima mediterrânico como é hoje apenas se reduzirmos as emissões de dióxido de carbono suficiente para manter os níveis globais da temperatura a menos de 1,5 ° C acima dos níveis pré-industriais.
Especialistas acreditam que este tipo de ação agressiva é altamente improvável. Mesmo que isso seja o que os países que assinaram o acordo do clima (Paris, 2015) estão tentando alcançar. Sob qualquer outro cenário, haverá grandes alterações no Mediterrâneo.
Se conseguirmos frear que as temperaturas globais subam apenas 2°C de níveis pré-industriais, a marcha do deserto seria restrito às partes do norte de Marrocos e da Tunísia e do extremo sul da Espanha. Os seres humanos podem se adaptar, mas o tempo vai mudar a composição de plantas e animais que vivem na área.
Desertificação em diversos países
Se não fizermos nada e continuarmos a emitir dióxido de carbono em níveis atuais, a desertificação vai acontecer na maior parte de Portugal e nas partes do sul de Espanha (incluindo Sevilha e Málaga), Itália (incluindo Sicília e Sardenha), e na Turquia.
Esse tipo de mudança agressiva no clima vai causar migração em massa de não apenas os animais, mas também dos seres humanos. Que explicitará problemas econômicos maciços.
Os modelos usados apenas incluem o impacto do aumento da temperatura sobre o clima das áreas ao redor do Mar Mediterrâneo.
“Se tivéssemos a possibilidade de incluir esses impactos humanos [tais como a degradação do solo através da urbanização], seria ainda pior do que o que nós simulado”, disse Dr. Guiot.
Fonte: Quartz/Science