Lichia causa morte de crianças na Índia

Lichia causa mortes na Índia
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Todos os anos, uma doença até então considerada misteriosa atingia as crianças de uma cidade chamada Muzzafarpur, na Índia.

Centenas delas começavam a ser internadas em meados de maio, e o pico de casos era atingindo em junho. Os sintomas envolvem convulsões, inchaço no cérebro, dores e eventualmente a morte

No entanto, cientistas conseguiram determinar as causas da doença, associando-a ao consumo de uma pequena fruta que aqui no Brasil conhecemos como lichia. Uma vez que Muzzafarpur é tida como a maior região de cultivo de lichia na Índia, os médicos verificaram que o aumento de casos coincidia com a época de colheita e ocorria principalmente em crianças economicamente desfavorecidas.

O fato é que as crianças comiam grandes quantidades da fruta, que caiam dos pomares, com o estômago vazio, mas sem perceber as consequências fatais que poderiam ter. A lichia produz grandes quantidades de uma toxina chamada hipoglicina, que impede o corpo de sintetizar glicose.

Em consequência disso, os níveis de açúcar no sangue ficam perigosamente baixos (hipoglicemia). Então, conforme ficavam mais doentes e paravam de comer, sofriam com constantes convulsões e perda de consciência.

A investigação começou a ser feita pelo Centro de Controle de Doenças dos EUA (CDC) após o número de relatos de mortes aumentar. Os resultados, que foram publicados na The Lancet, se assemelham a uma situação que ocorreu no Caribe, quando um grande número de crianças também apresentou sintomas como inchaço cerebral e convulsões. Neste caso, o evento foi associado a um fruto chamado ackee, relacionado à lichia, e capaz de liberar níveis maciços da mesma toxina.

Após descobrirem a causa da doença, funcionários da saúde na Índia alertaram os pais a se certificarem de que os filhos façam refeições completas durante a noite, para restringir o número de lichias que poderão comer durante o dia. Desde a descoberta, o número de casos foi reduzido de centenas para 50 por ano.

 

Fonte: The Lancet

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