O velho ditado de ‘não deve-se dormir com raiva’ pode ser verdadeiro, de acordo com um novo estudo.
Pesquisadores da China descobriram que uma boa noite de sono ajuda a reorganizar as memórias negativas no cérebro, tornando-as mais difíceis de suprimir.
Eles afirmam que os resultados poderiam ter aplicações potenciais em um cenário clínico, ajudando a lançar mais luz sobre o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).
Os cientistas sabem há muito tempo que o sono desempenha um papel crítico na memória, ajudando a reorganizar as informações e armazenar memórias através de um processo chamado consolidação.
Dr. Yunzhe Liu e colegas da Universidade de Pequim analisaram o efeito da consolidação do sono e da memória sobre a supressão de memórias negativas.
Ser capaz de suprimir memórias negativas é uma parte fundamental e uma parte importante da saúde mental. Ao processar a informação e armazená-la a longo prazo, ela nos ajuda a aprender com nossos erros e evitar a demasiada preocupação com o impacto emocional.
A pesquisa
A equipe em Pequim testou o processo subjacente na supressão de más lembranças em 73 estudantes universitários do sexo masculino.
Os participantes foram treinados para memorizar 26 pares de imagens, consistindo de uma face neutra e uma imagem negativa, como o cadáver de um animal, a fim de criar uma memória aversiva.
Durante a fase de teste foram solicitados a recuperar a imagem associada ao rosto.
Depois de uma breve pausa, lhes foram mostrados rostos neutros e pedido que suprimissem (esquecer) a memória da imagem aversiva.
As experiências foram repetidas ao longo de dois dias, com os sujeitos recebendo uma boa noite de sono no meio.
Quando os sujeitos retornaram bem descansados de sua pausa durante a noite, os pesquisadores descobriram que as lembranças aversivas tornaram-se mais difíceis de suprimir.
Além do mais, eles descobriram que quando os indivíduos tentavam esquecer os emparelhamentos, a atividade cerebral era longe do hipocampo – associado com a nova formação de memória.
Os exames de Ressonância Magnética mostraram que a atividade associada à supressão de memória parece ter se movido para o neocórtex, região do cérebro externa associada a funções mais elevadas.
Isso, dizem, sugere que as memórias foram reorganizadas da área temporária no hipocampo para armazenamento mais longo prazo no córtex, tornando-os mais difíceis de suprimir.
Publicado na Nature Communications esta semana, Dr. Liu e colegas dizem que suas descobertas podem ter grande importância para se entender o transtorno de estresse pós-traumático.