Todas as formas de vida na Terra usam o mesmo alfabeto genético nas bases A, T, C e G contendo compostos contendo nitrogênio que constituem os blocos de construção do DNA e contém as instruções para a produção de proteínas.
Agora, cientistas desenvolveram a primeira bactéria capaz de usar letras extra, ou bases não naturais, para construir proteínas.
A nova pesquisa baseia-se nos esforços anteriores da equipe para expandir o código genético natural.
Em 2014, os cientistas criaram a bactéria Escherichia coli (foto) que incorporou um par adicional de bases X e Y dentro no seu DNA.
A bactéria pode armazenar as bases não naturais e passá-las para as células filhas.
Mas para ser útil, essas bases precisam ser transcritas em moléculas de RNA e depois traduzidas em proteínas.
Então, no novo estudo, os pesquisadores escorregaram o par de bases “alienígenas” em genes bacterianos que também continham bases tradicionais.
Os micróbios “leram” com sucesso o DNA contendo as bases não naturais e transcreveram-as em moléculas de RNA.
Além disso, as bactérias podem usar essas moléculas de RNA para produzir uma variante de proteína fluorescente verde que contém aminoácidos não naturais.
A nova descoberta foi publicada hoje na revista Nature.
As tradicionais quatro bases de DNA codificam a combinação de 20 aminoácidos, mas a adição de X e Y pode produzir até 152 aminoácidos, o que pode ajudar na elaboração de novos medicamentos e materiais, dizem os cientistas.