No Reino Unido durante o período industrial, as mariposas escuras (Biston betularia) tinham grande vantagem, pois de camuflavam nas árvores revestidas de fuligem do que suas contrapartes mais claras.
Mas um novo estudo mostra outra razão pela qual as espécies podem escurecer em resposta à poluição: a desintoxicação.
Os animais que vivem em áreas poluídas podem ingerir metais tóxicos como chumbo e zinco de sua dieta.
Essas partículas se ligam à melanina, um pigmento que muitos animais produzem para criar cores castanhas e pretas.
Então, em teoria, um animal de cor escura poderia usar melanina para sequestrar essas toxinas, e até mesmo expeli-la junto com sua pele.
Os pesquisadores testaram essa ideia em cobras do mar (Emydocephalus annulatus, foto acima), em que alguns indivíduos são listrados, e outros são pretos por completo.
Ao estudar espécimes de museus e áreas de pesquisa no Pacífico Sul, os recifes perto das cidades e outros locais poluídos tinham muito mais cobras negras: em média, cinco cobras nesses locais eram pretas, em comparação com menos de uma nos recifes não poluídos.
A equipe reporta hoje em Current Biology.
E as peles descartadas de cobras do mar urbanas – particularmente as faixas de cor escura – estavam cheias de metais pesados, apoiando ainda a ideia de que as cobras escuras poderiam expelir poluentes junto com a pele.
Os pombos de cor escura (Columba livia) parecem ter uma vantagem similar nas cidades, então esse processo pode ser generalizado: mais um para a lista de maneiras pelas quais as espécies animais evoluíram rapidamente para lidar com a humanidade.