A ideia de “chuva de diamantes” pode soar como um efeito visual pródigo de um filme hollywoodiano, mas os cientistas demonstraram pela primeira vez que tal fenômeno existe na realidade.
Ele existe e ocorre dentro de planetas gelados em nosso sistema solar, incluindo Urano e Netuno.
Embora a precipitação de diamantes tenha sido supostamente sustentada por muito tempo, esta é a primeira vez que os cientistas o observaram na prática.
Cientistas imaginavam que a chuva de diamantes ocorria a mais de 5.000 milhas abaixo da superfície, criada a partir de misturas de hidrogênio e carbono sob fortes pressões.
E agora, uma equipe internacional de pesquisadores, liderada pela Universidade de Stamford, mostrou isso em ação.
Os pesquisadores simularam o ambiente encontrado dentro desses planetas criando ondas de choque em plástico com um laser óptico intenso.
No experimento, quase todos os átomos de carbono do plástico original foram incorporados em pequenas estruturas de diamantes.
Em Urano e Netuno, os autores do estudo preveem que os diamantes se tornariam muito maiores, talvez milhões de quilates em peso.
Os pesquisadores também pensam que é possível que, durante milhares de anos, os diamantes passem lentamente pelas camadas de gelo dos planetas e se juntem em uma espessa camada ao redor do núcleo.
O Dr. Dominik Kraus, principal autor do estudo, disse: “Anteriormente, os pesquisadores só podiam presumir que os diamantes se formaram.”
“Quando vi os resultados desta última experiência, foi um dos melhores momentos da minha carreira científica”.
No experimento, o plástico foi utilizado para simular compostos formados a partir de metano – a molécula que cria a cor distintiva de Netuno.
A equipe estudou poliestireno – um material plástico feito de uma mistura de hidrogênio e carbono, componentes-chave da composição química geral desses planetas.
A formação
Nas camadas intermédias de planetas gigantes gelados, o metano forma cadeias de hidrocarbonetos (hidrogênio e carbono) que sabe-se há muito tempo responder a alta pressão e temperatura em camadas mais profundas e formar a chuva de diamantes.
Usando um laser óptico de alta potência, os pesquisadores criaram pares de ondas de choque no plástico com a combinação correta de temperatura e pressão.
O primeiro choque foi mais lento e menor, e foi superado pelo segundo choque mais forte. Quando as ondas de choque se sobrepõem, esse é o momento em que a pressão atinge o pico e quando a maioria dos diamantes se formam, de acordo com os pesquisadores.
Durante esses momentos, a equipe usou raios-X para detectar formações de pequenos diamantes.
Os resultados podem ajudar os cientistas a entenderem como os elementos dentro dos planetas interagem uns com os outros sob pressão.
O Dr. Kraus disse: “Não podemos entrar nos planetas e olhar para eles, então esses experimentos de laboratório complementam observações de satélites e telescópios”.
A equipe agora espera aplicar os mesmos métodos para analisar outros processos que ocorrem no interior dos planetas.
Além de fornecer informações sobre a ciência planetária, os nanodiamantes produzidos podem ser potencialmente usados para fins comerciais, incluindo medicamentos, eletrônicos e equipamentos científicos.