Metade da chuva e da neve anual do mundo cai nos 12 dias mais chuvosos do ano.
Como a mudança climática teoricamente traz chuvas mais intensas, a mesma quantidade de precipitação pode levar apenas 11 dias até o final do século, os cientistas relataram on-line na revista Geophysical Research Letters.
“Cientistas do clima geralmente têm essa noção de que a precipitação cai de forma desigual no tempo”, diz a cientista do clima Dra. Angeline Pendergrass, do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica de Boulder, Colorado.
Ela queria quantificar essa desigualdade. Então Pendergrass e seu colega Dr. Reto Knutti, do Instituto de Ciências Atmosféricas e Climáticas da ETH Zurich, analisaram dados diários de precipitação de 185 estações meteorológicas em todo o mundo de 1999 a 2014 e dados de satélite para áreas na África e na América do Sul. A equipe usou simulações climáticas para estimar a precipitação até 2100.
À medida que a atmosfera aquece, retém mais umidade, levando a mais precipitação. Embora o número anual geral de dias chuvosos não mude, diluições mais intensas significam que levaria menos dias para acumular a mesma quantidade de chuva e neve, descobriram os pesquisadores.
“O aumento na precipitação que vemos [em simulações] é principalmente proveniente de eventos extremos, então em dias que já estão molhados, esperamos que eles se tornem mais úmidos”, diz Pendergrass.
Estudos também sugerem que os furacões se moverão mais lentamente, aumentando o potencial de inundações e danos. Furacões atingindo a costa dos Estados Unidos agora estão despejando de 5% a 10% mais chuvas do que na era pré-industrial, relatam pesquisadores no dia 15 de novembro.
Em 2100, essas tempestades poderiam estar 15 a 35% mais úmidas do que são hoje – uma descoberta que apóia o estudo da Geophysical Research Letters.