Células cancerígenas se disfarçam para que possam se espalharem pelo corpo, revela estudo.
Os cientistas disseram que as células cancerígenas podem desligar seus genes que as identificam de qual tecido originaram. Essa característica possibilita uma rápida adaptação em diferentes tecidos, além de evitarem o sistema imunológico. Com isso, essencialmente, espalham o câncer mais facilmente.
A descoberta sobre a mudança desses genes poderia levar a tratamentos eficazes.
O estudo, conduzido na Faculdade de Medicina da Universidade de Washington em St. Louis, Missouri, analisou as células tumorais em câncer uterino agressivo.
O carcinossarcoma uterino é uma das formas mais mortais de câncer. Ao contrário de formas mais comuns, é particularmente agressivo e representa uma grande proporção de mortes relacionadas com câncer que compõem o revestimento do útero.
Os pesquisadores tomaram três amostras de carcinossarcoma uterino humano e analisaram a sequência do DNA em duas partes de cada tumor.
A equipe então identificou onde o DNA tinha moléculas de metilação ativas que ligavam ou desligavam os genes. Eles compararam os resultados com células uterinas saudáveis.
A equipe descobriu que em diferentes partes do tumor possuíam DNA com mais metilações e partes tinham menos. Essas mudanças epigenéticas desligaram certos genes que suprimem os tumores.
Os pesquisadores dizem que a compreensão dessas mudanças epigenéticas fornece uma possibilidade para religar os genes, ajudando o organismo a parar a formação de tumores agressivos.
“No passado, as mudanças epigenéticas eram difíceis de estudar com base no genoma”, disse o autor do estudo Dr. Ting Wang.
“Com essas ferramentas aprimoradas, podemos agora revelar mudanças epigenéticas nos cânceres, o que pode ser tão importante quanto as mutações genéticas”.
Outros casos
Pesquisas anteriores descobriram que outros cânceres podem realizar proezas semelhantes.
Um estudo de 2014, da Cidade da Esperança Medical Center, na Califórnia, descobriu que as células de câncer de mama se disfarçam como neurônios, permitindo-lhes esconder do sistema imunológico.
Eles são então capazes de atravessar a barreira hemato-encefálica e formar em última análise, tumores cerebrais mortais.