Para a maioria dos mamíferos, o tamanho importa: os grandes, como elefantes e baleias, vivem muito mais do que pequenos como roedores. Mas entre os cães, essa regra é invertida: cães grandes vivem menos.
Chihuahuas minúsculos, por exemplo, podem viver até 15 anos. Isso significa 8 anos mais do que seus primos muito maiores, como os grandes dinamarqueses. Agora, uma equipe de pesquisadores pode estar mais perto de descobrir o motivo. O culpado mais provável? Radicais livres de oxigênio mais prejudiciais em filhotes de crescimento rápido, que queimam mais “combustível”.
Quando um organismo cresce, suas células quebram os alimentos para fazer o combustível molecular que eles precisam. Mas gerar essa energia também pode gerar um visitante indesejado: moléculas renegadas chamadas radicais livres de oxigênio. Faltam elétrons nessas moléculas, e como eles tentam roubá-los das células do corpo, eles podem rapidamente danificar as membranas celulares e, eventualmente, contribuir para o câncer e outras doenças.
Moléculas conhecidas como antioxidantes neutralizam esses radicais livres. Mas, em última análise, quanto mais energia um corpo produz, mais radicais livres ele produz e, consequentemente, mais antioxidantes ele precisa. Alguns cientistas acreditam que os radicais livres escapados contribuem para o envelhecimento, embora isso seja vivamente debatido.
Nas células de cães adultos, a produção de energia e de radicais livres foi praticamente igual nos dois tamanhos de raças. Mas nas células dos filhotes, esse equilíbrio não se mostrou verdadeiro. Cães adultos grandes e pequenos tinham quantidades iguais de antioxidantes, mas as células de filhotes de raça grande tinham excesso de radicais livres. A pesquisa foi apresentada na Society for Integrative and Comparative Biology. Isso é provável porque cachorros de raça grande têm metabolismos rápidos, crescendo mais rápido e exigindo mais energia do que raças menores, diz Winward. Danos nas células, mesmo nesta idade jovem pode ter efeitos duradouros.
Outras hipóteses
Os resultados são preliminares, e há outras idéias sobre porque os cães envelhecem a maneira que fazem. Mas se os resultados se sustentarem, pode ser possível estender a vida de cães grandes com suplementos antioxidantes para cachorros, sugere Winward. Estes antioxidantes poderiam ajudar a se livrarem dos radicais livres desses cães jovens antes que eles causem danos.
Adam Brasher, um pesquisador dos efeitos de radicais livres de oxigênio na Universidade Auburn no Alabama é cauteloso. As quantidades excessivas destas moléculas podem ser prejudiciais.