Em novembro de 2017, o ecologista Leandro Moraes, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, em Manaus, estava no meio de uma expedição de pesquisa na Amazônia central quando viu e filmou algo inusitado.
Um pássaro (Hypocnemoides melanopogon) estava descansando em um galho com uma mariposa (Gorgone macarea) em sua nuca.
A mariposa sugava um dos olhos do pássaro com sua probócide e parecia estar bebendo suas lágrimas. Cerca de 45 minutos depois, Moraes encontrou uma mariposa diferente, bebendo do olho de outro pássaro em repouso.
As borboletas, mariposas e as abelhas também bebem as secreções dos olhos de outros animais. As borboletas/mariposas gostam dos crocodilos, enquanto as abelhas gostam de lágrimas de tartaruga.
Mas pássaros que se movem rapidamente são hospedeiros improváveis para esses insetos.
À noite, porém, o metabolismo das aves cai; é quando as mariposas noturnas exploram suas lágrimas, especula Moraes.
As mariposas provavelmente adquirem nutrientes como sódio e proteínas das secreções oculares dessas aves, relata Moraes esta semana na revista Ecology.
Ao ficar parado nas costas de um pássaro em repouso e usar sua longa “tromba” para alcançar seus olhos, eles evitam perturbar a ave, enquanto mantêm uma distância segura.