As ondas de calor associadas ao aumento das temperaturas globais afetarão dramaticamente viagens aéreas no final deste século, sugere um novo estudo.
Quando o ar aquece, a sua densidade diminui – o que, por sua vez, afeta a estabilidade aerodinâmica das aeronaves.
Isso significa que uma aeronave poderá levar menos peso e precisará de uma pista mais longa em clima quente.
Essa restrição de peso pode levar a atrasos ou cancelamentos de voos como os causados pelo calor recorde em Phoenix no mês passado.
Para avaliar como futuras ondas de calor podem afetar as viagens aéreas, os pesquisadores usaram modelos climáticos para estimar a temperatura hora-a-hora durante todos os anos em 19 aeroportos nos Estados Unidos, Europa, Oriente Médio, China e Ásia do Sul entre 2060 e 2080.
Em alguns aeroportos – especialmente aqueles com pistas longas em regiões temperadas e em baixa altitude, como aeroportos Charles de Gaulle de Paris, John F. Kennedy de Nova York e Heathrow de Londres os impactos devem ser mínimos.
Mas, em outro aeroporto da cidade de Nova York, La Guardia, pistas menores provocariam restrições de peso em aeronaves, como por exemplo o Boeing 737-800, o que acarretaria em atrasos nos dias mais quentes.
Da mesma forma, no Aeroporto internacional do Dubai, um Boeing 777-300 totalmente ocupado por passageirps poderia ser limitado em peso durante a parte mais quente do dia (cerca de 55% do dia).
Em geral, a restrição de peso nos dias quentes seria de 4% ou mais, dizem os pesquisadores.
Mas mesmo uma restrição de peso de apenas 0,5% resultaria na relocação de três passageiros em uma aeronave projetada para transportar 160 pessoas, observa a equipe.