O risco de desenvolver câncer de mama como resultado da terapia de reposição hormonal (TRH) é o dobro do que se pensava anteriormente, de acordo com uma nova pesquisa publicada na Lancet.
A pesquisa também sugere que o aumento dos riscos relacionados à terapia hormonal da menopausa (MHT) pode persistir por mais de uma década após o término do uso.
Para cada 100 mulheres que usam estrogênio mais progestogênio diário (MHT), dois casos extras de câncer de mama foram identificados entre 50 e 69 anos, de acordo com pesquisadores da Universidade de Oxford.
Após a interrupção do uso, constatou-se que algum risco em excesso persiste por mais de 10 anos – com o tamanho do risco associado à duração do uso anterior.
Os pesquisadores disseram que, se as associações são causais, isso significa que o uso de MHT já causou cerca de um milhão de cânceres de mama nos países ocidentais – um vigésimo do total desde 1990.
A análise global utilizou dados de mais de 100.000 mulheres com câncer de mama de 58 estudos epidemiológicos em todo o mundo.
As mulheres tendem a iniciar a reposição hormonal próximo da menopausa, quando a função ovariana cessa, causando sintomas como calor e desconforto.
Existem cerca de 12 milhões de usuários desse tratamento nos países ocidentais – cerca de seis milhões na América do Norte e seis milhões na Europa.
Embora os órgãos reguladores da Europa e dos EUA recomendem que a terapia de reposição hormonal seja usada pelo menor tempo necessário.
Entretanto, algumas diretrizes menos restritivas indicam uso por cerca de cinco anos.
A coautora Dra. Valerie Beral, do Departamento de Saúde da População de Nuffield, Universidade de Oxford, disse que os resultados “indicam que algum risco aumentado persiste mesmo após a interrupção do uso da terapia hormonal na menopausa.”