Em todo o mundo, cerca de cinco em cada 100 mil pessoas vivem com a síndrome de Usher – uma doença genética rara que causa surdez, equilíbrio perturbado e cegueira.
Uma nova forma de terapia genética poderia restaurar a audição em pessoas com esta condição.
Até agora, os pesquisadores testaram a técnica em camundongos, mas esperam que dentro de três anos possa levar a um tratamento que mude a vida dos seres humanos.
O estudo vem de pesquisadores do Boston Children’s Hospital, que usaram um vírus de laboratório para entregar DNA corretivo no ouvido interno de camundongos.
Os camondongos recém-nascidos tratados foram afetados pela síndrome de Usher. Após a terapia, alguns dos animais profundamente surdos podiam ouvir bem o suficiente para responder a sons sussurrados. Seu senso de equilíbrio também foi grandemente melhorado.
“Agora, você pode sussurrar, e eles podem ouvir você”, disse a Dra. Gwenaelle Geleoc, do Boston Children’s Hospital, que liderou a pesquisa.
Dezenove dos 25 ratos ouviram sons mais silenciosos do que 80 decibéis – cerca de duas vezes o volume normal de uma conversa humana.
E alguns até mesmo ouviram sons tão suaves como 25-30 decibéis, demonstrando um nível normal de audição.
A pesquisa, relatada na revista Nature Biotechnology, também mostrou que o tratamento restabeleceu o equilíbrio, que é controlado por um tipo diferente de célula pilosa.
Ratos com equilíbrio disfuncional foram capazes de permanecer mais tempo em uma haste giratória sem cair e pararam de se mover erraticamente.
Mais trabalho é necessário antes que a tecnologia possa ser trazida para os pacientes, disseram os pesquisadores. Eles apontaram que os ratos foram tratados imediatamente após o nascimento e quando a terapia foi adiada por 10 a 12 dias, ele não funcionou.