A implementação de leis estaduais que legalizam o casamento entre pessoas do mesmo sexo foi associada com uma redução significativa na taxa de tentativas de suicídio entre os estudantes do ensino médio nos EUA.
A redução foi vista entre todos os jovens, em especial entre adolescentes gays, lésbicas e bissexuais sugere a nova pesquisa da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg .
Os pesquisadores, que publicaram 20 de fevereiro na revista JAMA Pediatrics, estimam que as políticas de casamento de mesmo sexo reduziram em 134.000 tentativas de suicídio de adolescentes por ano.
O estudo comparou estados que aprovaram leis permitindo o casamento entre pessoas do mesmo sexo até janeiro de 2015 a estados que não promulgaram a legalização a nível estadual. Uma decisão da Suprema Corte ameriana tomou lei federal o direito ao casamento entre pessoas do mesmo sexo em junho de 2015.
Os resultados mostram o efeito que as políticas sociais podem ter sobre o comportamento, dizem os pesquisadores.
“Estes são estudantes do ensino médio, então eles não vão se casar em breve, na maioria das vezes”, diz a líder do estudo Dra. Julia Raifman, pesquisadora do Departamento de Epidemiologia da Escola Bloomberg.
“Ainda assim, permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo reduz o estigma estrutural associado à orientação sexual. Pode haver algo sobre ter direitos iguais – mesmo que eles não tenham planos imediatos de aproveitá-los – que faz os alunos se sentem menos estigmatizados e mais esperançosos para o futuro”.
Apesar da grande redução nas tentativas de suicídio entre estudantes de liceu gays, lésbicas e bissexuais, essa população ainda tenta suicídio em taxas mais altas do que seus pares.
“Não é fácil ser adolescente, e para os adolescentes que estão apenas percebendo que são minorias sexuais, pode ser ainda mais difícil – é o que os dados sobre as disparidades que afetam os adolescentes gays, lésbicas e bissexuais nos dizem”, diz Dra. Raifman.