Biólogos de Harvard descobrem sapo que quebra o próprio osso para se defender – Entenda!

Biólogos de Harvard descreveram um sapo bizarro e peludo com garras extensíveis semelhantes a felinos. E o mais impressionante ele pode ativamente quebrar os próprios ossos. Entenda mais sobre esse animal incrível!

O Trichobatrachus robustus quebra ativamente seus próprios ossos para produzir garras que saem dos seus dedos dos pés. Isso provavelmente ocorre quando ele está ameaçado.

Dr. David Blackburn e seus colegas do Museu de Zoologia Comparada da Universidade de Harvard, acham que o comportamento repulsivo é um mecanismo de defesa.

Os pesquisadores dizem que existem salamandras que forçam suas costelas através de sua pele para produzir farpas protetoras sob demanda, mas nada como este mecanismo foi visto antes.

A característica também é encontrada em nove dos 11 sapos pertencentes ao gênero Astylosternus, a maioria dos quais vive nos Camarões.

Arma instantânea

Em repouso, as garras de T. robustus, encontradas apenas nas patas traseiras, estão aninhadas dentro de uma massa de tecido conjuntivo. Um pedaço de colágeno forma um vínculo entre a ponta afiada da garra e um pequeno pedaço de osso na ponta do dedo do pé do sapo.

A outra extremidade da garra está conectada a um músculo. Dr. Blackburn e seus colegas acreditam que quando o animal é atacado, ele contrai esse músculo, o que puxa a garra para baixo. A ponta afiada, em seguida, rompe a ponta óssea e corta o dedo do pé, emergindo na parte de baixo.

O resultado final pode parecer uma garra de gato, mas o mecanismo de quebra e corte é muito diferente e único entre os vertebrados. Também único é o fato de que a garra é apenas osso e não tem um revestimento externo de queratina como outras garras.

Como Blackburn estudou apenas espécimes mortos, ele diz que não sabe o que acontece quando a garra se retrai – ou até mesmo como ela se retrai. Ele não parece ter um músculo para puxá-lo de volta para dentro, então a equipe acha que ele pode passivamente deslizar de volta para o calcanhar quando seu músculo relaxa.

“Sendo anfíbios, não seria surpreendente se algumas partes da ferida se curassem e o tecido fosse regenerado”, diz Blackburn.

Machos da espécie, que crescem a cerca de 11 centímetros, também produzem longos fios de pele e vasos semelhantes a pêlos quando se reproduzem (ver imagem). Acredita-se que os “cabelos” permitem que eles absorvam mais oxigênio através de sua pele enquanto cuidam de suas crias.

Lanche espetado

Nos Camarões, essa espécie é consumida na culinária local. Os caçadores usam longas lanças e facões para matar os sapos, aparentemente para evitar serem feridos por suas garras.

“Esta é uma história incrível”, diz Ian Stephen, curador de herpetologia da Zoological Society of London, Reino Unido. “Alguns sapos crescem espinhos em seus polegares durante a época de reprodução, mas isso é totalmente diferente.”

“Para mim, destaca a necessidade de muito mais pesquisas sobre anfíbios, especialmente à luz da ameaça de extinções em massa”, acrescenta.

A existência de sapos com garras eréteis como gatos foi descrita pela primeira vez pelo zoólogo belga George Boulenger em 1900 em rãs encontradas no Congo francês, na República do Congo.

Fonte: Biology Letters

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