Sergei Paylian, cientista de 66 anos, está tentando provar que pode reverter morte cerebral com um extrato purificado que ele chama de bioquinase.
O produto é composto de “produtos biológicos combinatórios” incorporando outras espécies, como sapos e tubarões que ele acredita serem a chave para curar doenças – e até a morte.
Quando injetado em seres humanos, ele afirma, as bioquinases encontram seu caminho para células doentes ou danificadas e ajudam a restaurá-las para um estado mais saudável.
A empresa que o Dr. Paylian fundou, Bioquark, faz parte de um projeto mais amplo chamado ReAnima – que pretende “explorar o potencial da tecnologia biomédica de ponta para neuro-regeneração humana e neuro-reanimação”.
Ele está no conselho consultivo internacional da ReAnima, que já está se preparando para realizar tratamentos experimentais na América Latina de “cadáveres vivos”, ou seja, pacientes que sofreram perda completa e irreversível de função cerebral ou morte cerebral.
O procedimento envolve a colheita de células-tronco do próprio sangue do paciente e injetando-as de volta ao corpo, juntamente com injeção de bioquinases na medula espinhal do paciente; e realizando 15 dias de estimulação com laser nos nervos medianos, monitorando os pacientes usando exames de ressonância magnética.
O objetivo inicial é reiniciar a capacidade do corpo de batimento cardíaco e respiração. Ninguém está esperando que o tratamento irá reanimar imediatamente os pacientes a ponto que eles pulem da cama – mas o projeto visa estabelecer as bases para o futuro, desenvolvimentos adicionais que podem aumentar os níveis de consciência e recuperação.
Os primeiros testes
Os testes planejados para acontecerem na Índia foram descontinuados no ano passado pelo Conselho indiano de Pesquisa Médica, e o projeto ainda está aguardando aprovação na América Latina.
Embora o CEO da Bioquark e ReAnima, Ira Pastor, diga que muitas famílias se apresentaram para oferecer seus parentes como cobaias.
Ele diz que a empresa fez cinco solicitações que “vão diretamente para a Suprema Corte do país onde solicitamos o uso do protocolo e são dadas para casos únicos”.
Suas idéias específicas de regeneração da morte cerebral tendem a ser rejeitadas por grande parte da ciência dominante.
Dr. Paylian reconhece que enviou artigos para centenas de revistas, mas raramente foi publicado, e ninguém parabenizou o que ele considera ser uma descoberta maciça que poderia mudar a forma como vemos e tratamos a doença.
As críticas de outros cientistas
O medicamento regenerativo e a pesquisa com base em outras espécies não são novidades; Dr. Cody Smith, professor assistente de ciências biológicas na Universidade de Notre Dame, explica como a comunidade científica há anos estudou outros organismos para ver se os humanos podem aprender a replicar suas propriedades regenerativas.
“A ideia é que, se você consegue encontrar o que eles fazem de maneira diferente do que os humanos, então você pode ativá-lo de alguma forma ou desativá-lo em um ser humano – e fazê-lo se regenerar como faz nos anfíbios e outros organismos”.
Dr. Smith, por exemplo, trabalha com peixe zebra – assim como o Dr. Paylian – no estudo das possibilidades de regeneração do nervo periférico. Ele não comentou especificamente sobre os planos do Bioquark, dada sua falta de familiaridade com os detalhes de sua ciência – e outras universidades contatadas estavam relutantes em apresentar alguém para falar diretamente sobre o esforço da ReAnima.
Outro especialista, no entanto, já lançou dúvidas sobre o projeto; O Dr. Charles Cox, do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas em Houston, disse ao site científico Statnews.com no mês passado que “não é a experiência mais louca que já ouvi, mas acho que a probabilidade de que esse trabalho dê certo seja próximo de zero”.
Ele acrescentou que seu plano para reverter a morte cerebral seria tecnicamente um milagre.
“Eu acho que o papa tecnicamente chamaria isso de milagre”, disse ele.
O Dr. Paylian, no entanto, está esperando um milagre e diz que reverter os efeitos do envelhecimento, da doença e até mesmo da morte sempre foi seu “sonho final” desde criança.
Fonte: Daily Mail