O Hemisfério Norte passou por mais um verão com quebras de recordes neste ano, com um total de 396 localidades com as temperaturas mais altas de todos os tempos, informou a BBC News.
Muitas desses recordes foram registradas durante a onda de calor extrema que tomou conta da Europa em junho e julho, quando centenas de estações meteorológicas na França, Alemanha e Reino Unido viram o mercúrio subir a níveis sem precedentes.
Os números produzidos pelo instituto climático Berkeley Earth, que reúne dados de milhares de estações meteorológicas em todo o mundo, indicam que mais de 30 locais nos EUA também experimentaram seu dia mais quente já registrado este ano.
Entre 1º de maio e 30 de agosto, 29 países do Hemisfério Norte registraram seus recordes históricos de temperatura.
O cientista líder de Berkeley Earth, Dr. Robert Rohde, disse à BBC News que “alguns lugares da Europa têm histórias de observações meteorológicas que remontam a mais de 150 anos, e ainda assim registraram novos recordes de todos os tempos.”
“À medida que a Terra esquenta, ficou mais fácil para as estações meteorológicas estabelecerem novos recordes”, acrescentou. “No passado, normalmente veríamos apenas 2% das estações meteorológicas registrando um novo recorde em um determinado ano. Mas, recentemente, às vezes vemos anos, como 2019, com 5% ou mais das estações meteorológicas registrando um novo recorde histórico”.
É preocupante que esses dados estejam de acordo com uma tendência mais ampla em direção ao aquecimento global acelerado, resultado da atividade humana, com dados mostrando que as temperaturas da Terra em todo o mundo aumentaram 1,5 °C nos últimos 250 anos e 0,9 °C nos últimos 50 anos.
Os quatro anos mais quentes da história ocorreram desde 2015, com 2016 sendo o mais quente – e com julho de 2019 sendo o mês mais quente de todos os tempos no mundo e o mês passado sendo o mês mais quente de setembro já registrado, é quase certo que este ano será continue a tendência.
A análise de Berkeley Earth concluiu que a contribuição da atividade solar para o aquecimento global é insignificante e que essas temperaturas crescentes estão diretamente correlacionadas com o aumento das emissões humanas de gases de efeito estufa.
Por conseguinte, um relatório separado sobre as ondas de calor europeias extremas deste verão concluiu que a atividade humana aumentou as temperaturas entre 1,5 e 3 °C durante o período de calor.