Cientistas descobrem como pássaros se orientam em grandes viagens

Os pássaros migratórios navegam com sucesso milhares de quilômetros porque conseguem sentir a diferença entre o norte verdadeiro e o norte magnético, descobriram os cientistas.

Durante séculos, a raça humana teve problema de se localizar na posição longitudinal com precisão.

Mas, embora o desafio tenha sido resolvido através de cálculos matemáticos complicados, uma nova pesquisa revela que as aves desenvolvem naturalmente uma compreensão leste-oeste, permitindo que elas construam um “mapa mundi” mental.

As experiências usando o pássaro rouxinol-pequeno-das-caniças (Acrocephalus scirpaceus) mostraram que eles eram sensíveis à diferença entre o norte verdadeiro, o pólo norte geográfico e o norte magnético, local no Círculo Ártico.

Na Europa, a diferença aumenta de leste para oeste, e o novo estudo indica que as aves são capazes de detectar essa variação para determinar onde elas estão.

A equipe internacional de pesquisadores, incluindo cientistas da Universidade de Bangor, prevê que essa sensibilidade é compartilhada por muitas outras espécies.

Acrocephalus scirpaceus

Acredita-se que os pássaros dependem dos campos magnéticos da Terra para realizarem suas migrações épicas, mas precisamente como eles resolvem o enigma longitudinal, até agora, era um mistério.

“Parece que um pássaro tão modesto como o Acrocephalus scirpaceus, pode ter um mapa ou memória geográfica que lhe permite identificar sua posição longitudinal no globo, apenas detectando o pólo norte magnético e sua variância do norte verdadeiro”, disse o Dr. Richard Holanda, da Universidade de Bangor, que participaram da pesquisa.

“Isto, combinado com outras pistas externas, que podem incluir a força do campo magnético, posições em estrela ou cheiros, permite localizar sua posição atual e orientar-se durante uma migração longa”.

 

O novo estudo é publicado na revista Current Biology.

aves migratóriascampo magnéticolongitudemigraçãopássaros se orientam