Pesquisadora encontrou duas espécies de um grupo raramente observado de organimos, um dos quais era completamente novo para a ciência.
Uma vez que as espécies foram analisadas no laboratório da Universidade de Dalhousie, os cientistas perceberam que todo o grupo pertence a um novo ramo da árvore da vida. A descoberta é relatada na revista Nature desta semana.
As duas espécies são hemimastigotas, um grupo relativamente peculiar de microrganismos. Eles são protistas eucarióticos.
Assim como animais, plantas e fungos, esses organismos têm seu material genético em um núcleo (essa é a parte eucariota), mas eles não são nada parecidos com os animais, plantas ou fungos.
Eles são organismos unicelulares e têm duas linhas de flagelos, protuberâncias semelhantes a pêlos que eles usam para mover e capturar outros micróbios para se alimentar.
“É um grupo incomum de organismos”, disse a primeira autora, Dra. Yana Eglit, pesquisadora que coletou as amostras, em um comunicado. “A maneira como eles se comportam sob o microscópio, você não vai identificá-los imediatamente.”
As duas espécies são Spironema, que foi observada com microscópios apenas algumas vezes desde sua descoberta no século 19, e Hemimastix kukwesjijk, que recebeu o nome de um ogro peludo e faminto do folclore Mi’kmaq.
A equipe colaborou com vários outros pesquisadores para analisar rapidamente o material genético dos micróbios. Uma nova técnica foi empregada para extrair uma quantidade significativa de informação genética de células individuais.
A informação genética coletada não era um genoma completo, mas foi o suficiente para mostrar algo incrível.
Permitiu que os cientistas comparassem as duas espécies com outras espécies e descobrissem que não pertenciam a nenhum “reino” conhecido, uma das subdivisões da vida. Eles estão sozinhos.
“Esta descoberta literalmente redesenha nosso ramo da ‘Árvore da Vida’ em um dos seus pontos mais profundos”, explicou o pesquisador-chefe Professor Dr. Alastair Simpson. “Isso abre uma nova porta para o entendimento da evolução de células complexas – e suas origens antigas – bem antes que animais e plantas surgissem na Terra”.
A equipe não apenas alterou a árvore da vida. Dra. Eglit foi capaz de crescer e manter populações de hemimastigotas, a primeira pessoa a fazê-lo. Ser capaz de cultivar esses microrganismos permitirá aos pesquisadores desvendar todo o seu genoma.