Cientistas descobrem 381 novas espécies na Amazônia e já estão em risco – Fotos!

Cientistas encontraram quase 400 novas espécies na Amazônia, anunciou o World Wildlife Fund (WWF).

As descobertas, feitas durante um período de dois anos, incluem um novo tipo de primata zogue-zogue da subfamília Callicebinae (foto acima).

A instituição de conservação está alertando que as plantas e os animais recentemente descobertos estavam todos em áreas ameaçadas pela atividade humana.

A notícia vem após a polêmica extinção de uma reserva ambiental na Amazônia e a abertura da mesma para mineradoras.

O relatório da WWF e do Instituto Mamiraua do Brasil, divulgado em São Paulo, lista 216 plantas anteriormente desconhecidas, 93 peixes, 32 anfíbios, 19 répteis, um pássaro e 20 mamíferos.

Duas das novas espécies de peixes foram encontradas em áreas de conservação na área da Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca).

Um juiz brasileiro concedeu uma liminar na quarta-feira bloqueando um decreto do presidente Michel Temer para permitir a mineração comercial em Renca, uma enorme área protegida do tamanho da Suíça, que abrange nove áreas de conservação.

Uma das descobertas mais interessantes do estudo é o macaco rabo de fogo, encontrado durante uma expedição organizada pelo WWF Brasil.

Opinião

Falando para o G1 sobre a sua descoberta, Fernanda Paim, bióloga e pesquisadora do instituto, disse: “É um animal de tamanho médio, pesa cerca de quatro quilos e nos deixa surpresos porque ainda é possível descobrir novas espécies de primatas no Amazon.”

Uma nova espécie foi descoberta na área da Amazônia, espalhada por nove países da América do Sul, a cada dois dias, em média, entre 2014 e 2015.

Outras espécies recentemente descobertas incluem uma acari de bola branca, um peixe de rio noturno e uma arraia “favo de mel”, um rio de água doce encontrado na bacia superior do rio Madeira.

Nova espécie de anfíbio descoberto na Amazônia
Pássaro da família Tyrannidae.
Arraia favo de mel foi uma das novas espécies descobertas na Amazônia.

No entanto, a boa notícia vem com uma tendência preocupante, disse a WWF.

Sarah Hutchison, chefe de programas da WWF, Brasil e Amazônia acrescentaram: “Estamos apenas na ponta do iceberg quando se trata de revelar as incríveis espécies que vivem na Amazônia. No entanto, em vez desta preciosa área ser preservada, ela está sob a maior ameaça da história.”

“Existe um risco real de que à taxa em que a Amazônia esteja mudando, muitas espécies podem se extinguir antes de as encontrarmos.”

“A descoberta de 381 novas espécies é um alerta para os governos dos países amazônicos que eles devem deter o desmatamento em curso e implacavelmente trabalhar para preservar sua biodiversidade sem paralelo.”

A Amazônia contém quase um terço de todas as florestas tropicais deixadas na Terra.

Apesar de cobrir apenas cerca de um por cento da superfície do planeta, pensa-se que seja o lar de dez por cento das espécies conhecidas.

Área da descoberta de novas espécies na Amazônia.

Espécies identificadas

Globalmente, estima-se que 80% das espécies ainda não foram identificadas.

Este é o terceiro relatório de uma série, listando 2.100 novas espécies nos últimos 17 anos.

O primeiro apresentou 1.200 novas espécies descobertas entre 1999 e 2009. O segundo revelou 602 novas espécies descobertas entre 2010 e 2013. Uma nova espécie foi descoberta a cada três dias, em média, entre 1999 e 2009.

Entre 2010 e 2013, isso aumentou para uma nova espécie a cada 2,5 dias.

Apesar do aumento constante da taxa de descoberta, o WWF acredita que ainda há muitos mais a serem encontrados. Eles também temem que muitas espécies da Amazônia se extinguirão sem serem catalogadas.

Fonte: Daily Mail

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