Um novo medicamento contra malária recebeu sinal verde das autoridades dos Estados Unidos.
O remédio é especificamente para a forma recorrente da malária – causada pelo parasita plasmodium vivax – que afeta 8,5 milhões de pessoas a cada ano.
O combate a malária enfrenta um desafio especial para entender como o parasita pode permanecer inativo no fígado por anos antes de despertar.
Os cientistas descreveram o novo remédio, a tafenoquina, como uma “conquista fenomenal”.
Reguladores de todo o mundo agora vão olhar para a droga para ver se eles podem recomendá-la para suas populações.
Doença recorrente
A malária recorrente é o tipo mais comum de malária fora da África Subsaariana.
As crianças podem estar particularmente em risco e as pessoas infectadas podem agir como reservatórios involuntários da doença, porque quando o parasita desperta em seus corpos, um mosquito pode transportar esse parasita para outra pessoa.
Isso pode dificultar a eliminação em todo o mundo.
Agora, a Food and Drug Administration (FDA) nos Estados Unidos deu o selo de aprovação à tafenoquina, uma droga que pode liberar o parasita de seu esconderijo no fígado e impedir que as pessoas o contraiam novamente.
Pode ser tomado ao lado de outro medicamento para tratar a infecção imediata.
Já existe um medicamento que pode ser usado para se livrar da malária escondida no fígado chamada primaquina.
Mas ao contrário da dose única de tafenoquina necessária, a primaquina precisa ser tomada por 14 dias.
Alguns especialistas estão preocupados que muitas pessoas se sintam melhor depois de alguns dias e parem de tomar as pílulas, permitindo que o parasita desperte mais tarde.
Cuidado necessário
A FDA diz que a droga é eficaz e a aprova para uso nos Estados Unidos, mas ressalta que existem efeitos colaterais importantes a serem observados.
Por exemplo, pessoas com um problema enzimático, chamado deficiência de G6PD, não devem tomar o medicamento, pois pode causar anemia severa.
O regulador recomenda que as pessoas sejam testadas para a deficiência antes que seja prescrito – o que pode representar um problema em áreas mais pobres onde a malária é comum.
Há também preocupações de que, em doses mais altas, isso possa ser um problema para pessoas com doenças psiquiátricas.
Mas, apesar dessas precauções, há esperança de que a droga, junto com mosquiteiros e outras precauções, ajude a reduzir a quantidade de malária no mundo.
A Tafenonquina existe desde os anos 1970, mas trabalhando com Medicamentos para a Malária, a GSK reaproveitou a droga para que ela possa ser usada para se livrar de parasitas da malária no fígado.
O próximo passo será que o medicamento seja avaliado pelos reguladores em países onde esse tipo de malária é um problema significativo.