Um vasto experimento internacional, chamado ITER, foi projetado para demonstrar que a fusão nuclear pode ser uma fonte viável de energia.
A construção do Reator Experimental Termonuclear Internacional, ou ITER, no sul da França, foi perseguida por atrasos e um aumento nos custos para cerca de 20 bilhões de euros (US$ 23,7 bilhões) e já está 50% pronto.
O diretor-geral do ITER, Bernard Bigot, disse que o projeto está no bom caminho para começar a sobreaquecimento de átomos de hidrogênio em 2025, um marco conhecido como “primeiro plasma”.
O ITER é o projeto científico mais complexo da história humana
O plasma de hidrogênio será aquecido a 150 milhões de graus Celsius, dez vezes mais quente do que o núcleo do Sol, para permitir a reação de fusão.
O processo acontece em um reator em forma circular, chamado tokamak 1, que é cercado por ímãs gigantes que confinam e circulam o plasma ionizado superaquecido, longe das paredes metálicas.
Os ímãs supercondutores devem ser arrefecidos a – 269 °C, tão frio quanto o espaço interestelar.
Os cientistas têm procurado imitar o processo de fusão nuclear que ocorre dentro do sol, argumentando que poderia fornecer uma fonte quase ilimitada de eletricidade barata, segura e limpa.
Ao contrário dos reatores de fissão existentes, que dividem os átomos de plutônio ou urânio, não há risco de uma reação em cadeia descontrolada com a fusão e não produz resíduos radioativos de longa duração.
Um projeto conjunto para explorar a tecnologia foi proposto pela primeira vez em uma parceria entre o presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan e o líder soviético Mikhail Gorbachev, em 1985, com o objetivo de “utilizar a fusão termonuclear controlada para fins pacíficos… para o benefício de toda a humanidade”.
Demorou mais de duas décadas para o trabalho começar em Saint-Paul-les-Durance, a cerca de 50 quilômetros a nordeste de Marselha.
Os países membros do projeto são China, União Européia, Índia, Japão, Coréia do Sul, a Rússia e os Estados Unidos.
O processo resultará na liberação degrandes quantidades de calor. Enquanto o ITER não gerará eletricidade, os cientistas esperam que demonstre que esse reator de fusão pode produzir mais energia do que consome.
Existem outras experiências de fusão, mas o design do ITER é amplamente considerado o mais avançado e prático.
Os cientistas só saberão em 2035, depois de uma década de testes e atualizações, se o dispositivo realmente funciona como pretendido.