O cérebro humano é mapeado em uma rede usando dados de ressonância magnética; métodos de inteligência artificial facilitam o diagnóstico da doença
Um sistema desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), da Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos é capaz de identificar o diagnóstico de esquizofrenia. O programa usa métodos matemáticos para calcular a distância entre diversas partes do cérebro e faz a comparação de um órgão saudável com outro doente. Na pesquisa, o cérebro humano é mapeado em uma rede usando dados de ressonância magnética.
De acordo com o pesquisador e doutor em física, Francisco Aparecido Rodrigues, o principal objetivo do estudo é encontrar as diferenças entre os cérebros de quem têm ou não esquizofrenia, com o diagnóstico automático. “Hoje, o diagnóstico é clínico, o que é bastante difícil, uma vez que há diferentes níveis de esquizofrenia. Com este novo sistema é esperado que o diagnóstico de doenças mentais utilizando dados de ressonância magnética esteja disponível para a população em alguns anos. A grande limitação é a aquisição de dados, já que este ainda é um experimento bastante custoso”, afirma.
Ele explica ainda que o sistema desenvolvido utiliza métodos de inteligência artificial para facilitar o diagnóstico de esquizofrenia. “Basicamente, o cérebro humano é mapeado em uma rede usando dados de ressonância magnética. Assim, apresentamos ao classificador, que é um programa de computador, quais são as redes de pacientes esquizofrênicos e quais são as de pacientes normais. A seguir, exibimos dados desconhecidos ao computador e este retorna à classificação dos pacientes”, relata.
O computador afirma com 80% de chances, se há tendência de ter ou não a esquizofrenia.