Com a ajuda de um estimulador espinhal e treinamento intensivo, um homem paralítico pode comandar suas pernas e andar novamente.
Essa conquista, publicada pela Nature Medicine, aproxima os pesquisadores da restauração do movimento a pessoas paraplégicas.
A terapia permitiu que Jered Chinnock, de 29 anos, controle seus movimentos da perna com seus pensamentos. “Isso é altamente significativo”, disse o co-autora Dra. Kendall Lee, neurocirurgião da Mayo Clinic, em Rochester, Minnesota, em uma entrevista coletiva.
Um acidente de snowboard deixou Chinnock paralisado, incapaz de se mover ou sentir sensações abaixo do peito. Sua reabilitação inicial concentrou-se em aclimatar a vida em uma cadeira de rodas. Mas, três anos após o acidente, ele se voluntarizou para um estudo agressivo.
Cirurgiões implantaram um estimulador de células nervosas na medula espinhal abaixo do local da lesão.
Com o estimulador ligado, os terapeutas levaram Chinnock através de exercícios para reativar músculos e nervos. Ao longo de duas semanas de treinamento com o estimulador, ele pôde ficar de pé e, deitar de lado, fazer movimentos voluntários de elevação. Esses resultados foram publicados no ano passado na Mayo Clinic Proceedings.
Agora, após 43 semanas de intensa reabilitação, Chinnock fez avanços ainda maiores.
Ele pôde pisar em uma esteira por conta própria e, com a ajuda e um andador, pôde andar. Ao longo da sessão de treinamento, ele conseguiu andar 102 metros, relataram os pesquisadores.
Como ele precisou de assistência, os pesquisadores descrevem o movimento de Chinnock como “passo independente” em vez de caminhar. Isso porque, em termos clínicos, a caminhada descreve “uma atividade altamente coordenada em termos de equilíbrio, força e adaptação ao ambiente”, disse a co-autora Dra. Kristin Zhao, também da Mayo Clinic.
Outros estudos
O progresso de Chinnock ecoa resultados positivos vistos por outros pesquisadores. Como o trabalho da neurocientista Dra. Susan Harkema, da Universidade de Louisville, no Kentucky.
Ela e seus colegas também usaram estimulação na coluna para ajudar as pessoas paralisadas a se movimentarem.
Dois de quatro pacientes que receberam a terapia agora são capazes de andar com assistência. Esse fato foi publicado no New England Journal of Medicine.
Juntamente com as descobertas de sua equipe, os resultados descritos na Nature Medicine dão ênfase à abordagem. Essa replicação é “realmente importante e realmente emocionante”.