Fukushima, o local de um dos piores desastres nucleares do mundo, está procurando se tornar um centro de energia limpa.
Um projeto de US$ 2,75 bilhões foi lançado para transformar Fukushima, no nordeste do Japão, em um centro de energia renovável, informou o jornal japonês Nikkei Asian Review.
O plano é construir 11 usinas de energia solar e 10 usinas eólicas em áreas montanhosas e terras agrícolas que não podem ser cultivadas devido à radiação do desastre nuclear de Fukushima Daiichi em 2011.
Quando em operação, o projeto espera bombear a energia equivalente de dois terços de uma usina nuclear.
A ideia de reinventar Fukushima como um país das maravilhas de energia renovável está em negociações há vários anos. Entretanto, sofreu reveses com investimentos.
Agora, com o apoio financeiro do Banco de Desenvolvimento do Japão e do Banco Mizuho, de propriedade do governo, a construção poderá ser concluída já em 2024.
Os combustíveis fósseis, ou seja, o petróleo, continuam sendo a maior fonte de energia primária no Japão, respondendo pela maioria substancial de seu consumo total de energia, segundo as estatísticas de 2015.
Embora seu setor de energia renovável esteja em ascensão, responde por apenas 10% de seu consumo total de energia, notavelmente menor que a maioria dos países “economicamente avançados”.
O desastre nuclear continua a assombrar o meio ambiente do Japão.
Em 11 de março de 2011, um tsunami de 15 metros atingiu a costa leste do Japão. Inundações de água atingiram a usina de Fukushima Daiichi, resultando no colapso catastrófico de três reatores, no que se tornou o desastre nuclear mais grave desde o evento de Chernobyl em 1986.
A descontaminação da usina, seus tanques de água radioativa e a área próxima está em andamento. Embora o processo tenha feito um progresso sólido, a descontaminação deve durar várias décadas.
Um dos maiores desafios é lidar com a 1,15 milhão de toneladas de água radioativa armazenada na instalação, que se acumula a uma taxa de cerca de 150 toneladas por dia.
Atualmente, existem algumas opções sobre a mesa: a evaporação da água, injetando-a no subsolo, a construção de mais tanques de armazenamento de longo prazo ou o bombeamento gradual da água tratada no Oceano Pacífico.
Embora a decisão da prefeitura de Fukushima de avançar em direção a energias renováveis seja, sem dúvida, um movimento positivo para o planeta, o dano ambiental do desastre nuclear está muito longe de ser retificado.