Um dos aspectos mais intrigantes da evolução é a variedade de mecanismos que as espécies encontram para sobreviver, mesmo contra todas as probabilidades.
E é ainda mais interessante quando a abordagem da espécie parece ir contra a sabedoria atual. É o caso dos moluscos do Atlântico, cuja estratégia de sobrevivência parece ser a preguiça.
O estudo, publicado pela Proceedings of the Royal Society B, sugere que gastrópodes e bivalves com taxas metabólicas mais baixas são menos propensos a serem extintos.
A equipe investigou as espécies durante um período de aproximadamente 5 milhões de anos e descobriu que aqueles organismos que usavam menos energia em suas vidas diárias tinham maior probabilidade de sobreviver.
O principal autor do estudo, Dr. Luke Strotz, da Universidade do Kansas, disse em um comunicado. “Encontramos uma diferença para as espécies de moluscos que foram extintas nos últimos 5 milhões de anos e as que ainda estão por aí.
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As que foram extintas tendem a ter taxas metabólicas mais altas do que as que ainda estão vivas. As que têm menor manutenção de energia os requisitos parecem mais propensos a sobreviver do que os organismos com taxas metabólicas mais altas”.
A equipe acredita que seu trabalho poderia ser usado para ajudar a determinar quais espécies estão em maior risco de extinção, embora ressaltem que a taxa metabólica é apenas um dos muitos fatores que desempenham um papel.
Por exemplo, a taxa metabólica é um melhor indicador do risco de extinção se a espécie estiver confinada a um pequeno habitat.
“Descobrimos que as espécies amplamente distribuídas não mostram a mesma relação entre a extinção e a taxa metabólica que as espécies com uma distribuição estreita”, disse Strotz.
Curiosamente, quando a equipe analisou comunidades de espécies, eles descobriram que a taxa metabólica cumulativa era estável. Parece que uma vez que uma espécie é extinta, outra toma seu lugar em seu nicho de “taxa metabólica”.
A equipe está interessada em estabelecer se essa relação vale ou não para outros tipos de animais. O foco era em moluscos por causa dos abundantes dados sobre o gasto energético de espécies vivas e mortas.