Cientistas usam a nova técnica CRISPR para retardar crescimento de cânceres

CRISPR-Cas9 é a ferramenta de edição de genes que prometeu mudar o mundo.

No curto espaço de tempo desde sua descoberta, ele tirou o HIV das células imunes humanas, provocou uma corrida biomédica entre os EUA e a China para trabalhar em humanos com bioengenharia e agora os cientistas usaram CRISPR-Cas9 para diminuir a propagação do câncer.

Todas as células vivas passam por um ciclo de reprodução, conhecido como “ciclo celular” – uma sequência de eventos que resultam no crescimento celular e na divisão.

Quando este ciclo fica fora de controle, torna-se um problema grave e fatal. Uma vez que a célula irá se dividir sem parar e invadir rapidamente tecidos.

E tentar parar o câncer não é um feito fácil. Os cientistas usaram uma série de abordagens para tentar impedir que ele se forme e se espalhe.

Um estudo prévio aumentou a eficácia do próprio sistema imunológico do corpo contra as células cancerígenas e outra equipe de pesquisadores criou um órgão artificial que pode bombear as células T que combatem o câncer.

O novo estudo

No último estudo, cientistas da Universidade de Rochester interromperam o ciclo celular visando uma proteína responsável pela preparação da célula para divisão, chamada Tudor-SN.

Tudor-SN influencia o ciclo celular controlando microRNA, que são as moléculas que ajustam a expressão de milhares de genes.

“Sabemos que o Tudor-SN é mais abundante nas células cancerígenas do que nas células saudáveis, e nosso estudo sugere que inibir essa proteína pode inibir as células em rápido crescimento”, diz o pesquisador principal, Dr. Reyad A. Elbarbary.

Quando Tudor-SN foi removido de células humanas, usando CRISPR-Cas9, o nível de microRNAs aumenta.

Com mais microRNAs na mistura, os genes que estimulam o crescimento celular são retardados. Com estes genes dificultados, a célula transporta lentamente para a fase de divisão celular do ciclo celular.

Os pesquisadores usaram essa abordagem para diminuir o crescimento das células de câncer de rim e cervical.

“Como as células cancerosas têm um ciclo celular defeituoso, perseguir os fatores envolvidos no ciclo celular é uma avenida promissora para o tratamento do câncer”, disse Dra. Lynne E. Maquat, pesquisadora sênior no trabalho.

O futuro

O próximo passo para a pesquisa é descobrir como o Tudor-SN funciona em combinação com outras moléculas e proteínas. Dessa forma, os cientistas podem identificar os medicamentos mais apropriados para direcioná-lo.

Enquanto os pesquisadores admitem que eles têm um longo caminho a percorrer antes de ver essa tecnologia ser usada em seres humanos, qualquer nova abordagem que possa fornecer uma cura para os milhões de pessoas que vivem com câncer é sempre bem-vinda.

Os resultados foram relatados na Science.

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