A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) divulgará na próxima semana um alerta sobre a confirmação da presença no Brasil de bactérias portadoras do gene mcr-1, resistentes a colistina.
O gene mcr-1 é capaz de tornar as bactérias imunes à Colistina. Colistina é uma classe de antibióticos considerada como a última arma para combater bactérias resistentes a múltiplos antibióticos. O comunicado será designado para todos os hospitais com leitos de unidade de terapia intensiva.
A Anvisa reforça a necessidade de equipes de saúde ficarem atentas para o risco. O relatório lista quais medidas são necessárias para diagnóstico e quais providências devem ser adotadas no caso de confirmação da presença de bactérias portadoras desse gene.
Até o momento foram confirmados três pacientes contaminados pela bactéria Escherichia coli mcr-1 – portadora da mutação. Dois casos foram descobertos em São Paulo e um no Rio Grande do Norte. Há ainda outros três casos em análise, no Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo.
“Estamos preocupados. Uma das últimas armas que temos para combater infecções multirresistentes pode tornar-se também inútil”. Foi a declaração de Magda Machado de Miranda, gerente da área de Vigilância e Monitoramento da Anvisa.
“Ficaríamos sem opção terapêutica”, completou. Magda aponta ainda outro risco envolvendo o gene mcr-1. “Seu poder de transmissão é muito alto. Há possibilidade de ele se transferir de uma espécie bacteriana para outra.”
O coordenador de Controle de Doenças da Secretaria de Saúde de São Paulo, Marcos Boulos, afirmou que, entre os casos confirmados no Estado, um foi detectado no Hospital das Clínicas, em março.
“O achado é muito importante. É preciso agora reforçar o alerta para que profissionais e instituições redobrem os cuidados para identificação de controle de casos suspeitos”, completou.
Fonte: UOL