As células imunológicas nos pulmões fornecem um contra-ataque rápido às infecções sanguíneas, um novo estudo em ratos descobriu.
Essa descoberta surpreendente coloca os pulmões como um pilar importante na defesa do corpo durante essas infecções perigosas, dizem os pesquisadores.
“Ninguém imaginaria que o pulmão forneceria um sistema de defesa tão imediato e forte”, diz Dr. Bryan Yipp, imunologista da Universidade de Calgary, no Canadá. Dr. Yipp e seus colegas relatam suas descobertas on-line em 28 de abril em Science Immunology.
O trabalho pode oferecer maneiras de direcionar e ajustar nosso próprio sistema de defesa imunológica para infecções, diz Dr. Yipp. “Atualmente, só pensamos em matar as bactérias, mas estamos ficando sem antibióticos por causa da resistência”.
A pesquisa descobre alguns dos mecanismos que impulsionam a ativação rápida de neutrófilos, diz o imunologista Dr. Andrew Gelman, da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington, em St. Louis. “Isso é crítico na remoção de bactérias de espaços sequestrados no pulmão”, diz ele.
Geralmente, expulsar as bactérias da corrente sanguínea é função para macrófagos que residem no fígado e no baço. Mas os macrófagos não são encontrados em vasos dos pulmões. Assim, a rede de vasos sanguíneos dos pulmões dá aos patógenos um lugar para se esconderem e escaparem dos esforços de remoção do corpo.
Dr. Yipp e sua equipe usaram microscopia confocal pulmonar para ver como as células e os patógenos se comportam nos pulmões vivos do rato.
Veja:
Os pesquisadores descobriram que cerca de um terço dos neutrófilos visto na amostra de pulmão de rato estavam rastejando cerca de três a quatro comprimentos de células ao longo das paredes dos capilares, os menores vasos sanguíneos nos pulmões.
Para os pacientes com sistema imunológico deprimido, a descoberta pode eventualmente fornecer uma maneira de combater as infecções da corrente sanguínea, diz Dr. Yipp. Mas, segundo ele, “com todas as infecções, parte da preocupação é que a resposta inflamatória pode se tornar muito exuberante, o que leva a danos nos tecidos, como no choque séptico e falha pulmonar. Nesses casos, aprender a controlar a resposta imune dos pulmões poderia ajudar” diz Yipp.