Os desertos dos Estados Unidos podem ser o covil dos mestres ninjas secretos: ratos cangurus do deserto.
Pesquisadores armaram câmeras de alta velocidade e capturaram as complexas manobras que os roedores (Dipodomys deserti) desenvolveram para evitar picadas mortais de cascavéis (Crotalus cerastes).
Dois novos estudos, publicados on-line em 27 de março no Functional Ecology e no Biological Journal of the Linnean Society, oferecem os primeiros olhares detalhados sobre esses truques.
Os ratos cangurus podem evitar ataques usando sua audição extremamente sensível e batendo os pés no chão para deter os predadores, diz o ecologista comportamental Dr. Rulon Clark, da San Diego State University. Mas isso nem sempre funciona.
Clark e seus colegas tinham visto ratos emboscados por cobras na natureza, apenas para observar muitos roedores saltarem em velocidade relâmpago e sairem intáctos. Esses confrontos entre répteis e roedores aconteceram tão rápido que os pesquisadores não sabiam como os ratos se esquivavam da morte.
Então a equipe decidiu registrar os encontros, confira:
Depois de capturarem 32 filmagens no Deserto de Sonora, em Yuma, Arizona, os pesquisadores identificaram novos truques defensivos.
Quando as cobras atacaram os roedores, os ratos se contorceram no ar para se esquivar das presas. Mesmo quando as cobras conseguiam morder, alguns ratos chutaram seus inimigos antes de receber uma dose mortal de veneno.
O chute foi uma das maiores surpresas. “Não esperávamos que fosse tão eficaz”, diz Dra. Grace Freymiller, também ecologista comportamental da Universidade Estadual de San Diego.
Depois de desviar com sucesso as presas de uma cascavel, os roedores usaram suas caudas para se reorientarem, aterrissarem em seus pés e recuarem.
Todas essas evasões aconteceram mais rápido que um piscar de olhos. Um rato canguru reagiu em apenas 38 milissegundos depois que uma cobra começou a atacar.