Cientistas da Scripps Research Institute (TSRI) capturaram uma mutação causadora de câncer agressivo no ato.
Um novo estudo mostra como uma mutação no gene encontrado em vários canceres humanos, incluindo a leucemia, melanoma e glioma, promove o crescimento de tumores agressivos.
“Nós encontramos o mecanismo pelo qual essa mutação leva a uma codificação do genoma que determina um câncer agressivo”, disse TSRI Associate Professor Eros Lazzerini Denchi, que co-liderou o estudo com Agnel Sfeir da New York University (NYU) School of Medicine. “Isso é quando você encontra tumores realmente enormes.”
A pesquisa, publicada 26 de maio de 2016 pelos Relatórios revista Cell, sugere também um caminho possível para matar esses tipos de tumores, visando uma enzima importante.
A descoberta intrigante
Os investigadores analisaram mutações no gene que codifica a proteína POT1. Esta proteína normalmente forma uma capa protetora em torno das extremidades dos cromossomos (chamados de telômeros), impedindo o maquinario celular de, por engano, danificar o DNA e consequentemente causando mutações prejudiciais que podem tornar essa célula o gatilho inicial de um câncer agressivo.
POT1 é tão importante que células sem POT1 funcional preferem morrer a passar mutações a frente. O stress nestas células conduz à ativação de uma enzima, chamada ATR, que provoca a morte celular programada.
Sabendo disso, os cientistas nos últimos anos foram surpreendidos ao descobrir mutações recorrentes que afetam POT1 em vários tipos de câncer em humanos, incluindo leucemia e melanoma.
“De alguma forma essas células encontraram uma maneira de sobreviver – e prosperar”, disse Lazzerini Denchi. “Pensamos que se pudéssemos entender como isso acontece, talvez pudéssemos encontrar uma maneira de matar essas células.”
Usando um modelo em ratos, os pesquisadores descobriram que mutações em POT1 levar ao câncer quando combinado com uma mutação em um gene chamado p53.
“As células não têm mais o mecanismo para morrer, e os ratos desenvolvem linfomas agressivos”, disse Lazzerini Denchi.
P53, um gene conhecido supressor de tumor, é um cúmplice astuto. Quando sofre mutação, ela substitui a resposta à morte celular protetora iniciado pela ATR. Em seguida, sem POT1 criando uma tampa de protecção, os cromossomos são fundidos em conjunto e o DNA é rearranjado, conduzindo a acumulação de ainda mais mutações. Estas células mutantes continuar a proliferar e se tornam tumores agressivos.
Os resultados levaram a equipe a considerar uma nova estratégia para matar esses tumores.
Os cientistas sabem que todas as células – até mesmo células cancerosas – vão morrer se não tiverem ATR. Desde tumores com POT1 mutante já têm baixos níveis de ATR, os pesquisadores acreditam que um medicamento que bate para fora do ATR restante poderia matar tumores sem afetar as células saudáveis. “Este estudo mostra que, olhando para questões biológicas básicas, podemos potencialmente encontrar novas maneiras de tratar o câncer”, disse Lazzerini Denchi.